sexta-feira, 29 de abril de 2016

O MEU PAÍS É ASSIM


O meu país é meu quintal
Sem cercas bandeiras nem santuários
O meu país é puro sal que tempera
É vento que assopra
E chuva que fertiliza.

O meu país não precisa
Que aos filhos se diga
Qual deva ser o comportamento
Nossa pátria é sentimento
Nosso tempo o momento
E a dor, quando há,
É curada num ombro
Cantada em verso
Proseada em prantos.

Mas nosso riso, por outro lado, é maduro
Zombeteiro, escrachado
A zoeira é livre
A música alegre
A dança gingada, fascinante.
E, do carnaval que somos
Do ódio que mascaramos
E da lascívia que encenamos
Sobra-nos máscaras, fantasias
Latas de cerveja... vazias.

De manhã, hasteia-se uma bandeira
Cor de sangue cor de rosa
Cordisburgos em veredas de flores
Tocam tambores carregam andores
Entre hinos sinos trinados e berimbaus.
Ao meio-dia uma mulher lavadeira canta um jongo
E chove bastante.

Poesia: Jorge Marin
Foto    : disponível em http://wwwpordentroemrosa.blogspot.com.br/2015/02/nao-pense-duas-vezes.html


quinta-feira, 28 de abril de 2016

HOJE É "NIVERSÁRIO NÓIS DINOVO"!


Interessante como o tempo passa assim tão rápido. Parece que foi ontem mesmo, após arquivar um monte de causos e croniquetas em uma pasta e entrar em contato com o grande amigo JORGE MARIN, amigo este que não via há quase 30 anos, que surgiu a ideia de abrir um site e começar a divulgar nossos escritos na net.

Foi quando entrou em cena aquela velha máxima em que diz: “quando se pensa positivamente, desprovido de interesses e competições, tudo conspira a seu favor”. E assim foi!

Hoje, vivendo intensamente o momento presente, gostamos de lembrar e contar CAUSOS dos bons tempos, de estar sempre levando as IMAGENS da terrinha para aqueles que estão longe e, por que não, entre uma BUBIÇA e outra, também FALAR SÉRIO e nos preocupar com o FUTURO. Enfim, somos um pouquinho de tudo, tendo como único objetivo, passar com carinho e respeito, um pouco de LEVEZA aos nossos mais de 2.300 amigos.

Estamos completando sete anos de BLOG e, com muita alegria e simplicidade, é que vamos tocando o barco. Nosso fardo é mais do que leve, pois não há nenhum tipo de compromisso com a perfeição. O combustível que nos move é saber que temos sempre vocês semanalmente ao nosso lado, INTERAGINDO e nos SIGNIFICANDO a cada postagem.

Então, amigos: “PARABENS PRA VOCÊS PRA NÓS”!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Dorinha Barroso Missiaggia

segunda-feira, 25 de abril de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


CHEGANDO EM SÃO JOÃO

COMENTÁRIOS SOBRE A PRAÇA 13 DE MAIO - muitas pessoas se manifestaram sobre a subida da Matriz. Publicamos os mais emocionados:

- Mika Missiaggia Velasco: "quanta subidas e descidas por esta rua! Reuniões de grupos de jovens, missas, casamentos, celebrações de Semana Santa, exposições agropecuárias e, principalmente, para ir na casa da amiga Narcisa que ficava em frente. Brinquei muito na casa de Narcisa. Nesta casa grande, morou dona Isabel, minha primeira professora de primário. Comecei a usar esta calçada aos 6 anos de idade, pois moramos algum tempo no largo da Matriz. Serjão nasceu nesta época. Descia pra ir à escola, nas procissões... Saímos de São João. Mas São João não sai de nós. Tenho rezado por esta querida cidade que foi tão pacífica e ordeira, pedindo a Deus que os políticos e o povo se unam em luta por uma cidade novamente humana e feliz";

Antônio José Capanga: "... subida do Largo da Matriz. Logo acima dessas duas casas vem a casa de meus pais e depois a dos meus avós. Infância de muitas amizades e saudades das brincadeiras no jardim da igreja";

Graça Lima: "na Semana Santa, era liberada a hora de voltar pra casa. A gente ia ver a descida da cruz, ia à procissão e aproveitava para paquerar os caras que vinham de fora! Legal esse tempo! As exposições eram o máximo. Hoje acabou a beleza de tudo. Só a saudade ficou!".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


ALGUÉM SABE ALGO SOBRE ESSA CASA???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - demos um tempinho para revelar aquela casa meio amarela na rua Dr. Gouvêa, na subida do Hospital, porque NINGUÉM acertou.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - ninguém, nem o Maninho Sanábio (que até deus uns rolezinhos de carro) descobriu o mistério da semana passada que é uma rua do Bairro São José, logo em frente à igrejinha.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 22 de abril de 2016

SOM AUTOMOTIVO: VIOLÊNCIA EM ALTO VOLUME


Na semana passada, quando falamos sobre uma nova São João Nepomuceno, fica parecendo que, de uma hora para outra, as coisas começaram a ficar ruins, as pessoas a se armar e os conflitos, magicamente, explodirem.

No entanto, a violência não surge assim, do nada. A violência surge pequena, disfarçada, em ações do dia a dia que, face à nossa OMISSÃO, crescem e saem de controle.

Quero falar aqui hoje de um tipo de violência que, quando voltei a frequentar a cidade, depois de uns trinta anos ausente, foi o que mais me chamou a atenção: é a POLUIÇÃO SONORA, representada em sua maioria pela retirada do miolo do abafador de barulho nas motos e pela instalação de som automotivo em veículos.

Mesmo se comparada às cidades maiores, a situação em São João está CAÓTICA: alguns motoqueiros estão adaptando caixas de som ao bagageiro das motos. Os donos de som automotivo, por sua vez, ligam seus autofalantes em série, DOBRANDO a potência do som.

Alguém aí vai dizer: peraí, mas eu curto som automotivo e NÃO ando na cidade com o som alto. Então, meu amigo, esta postagem não é para você. O que estamos tratando aqui são das pessoas que, deliberadamente, saem, até mesmo à noite, pela cidade com o som ligado no último volume, fazendo tremer as vidraças das casas e disparando os alarmes dos carros.

Para início de conversa, é bom que todos saibam que a perturbação do sossego é CONTRAVENÇÃO PENAL há muito tempo! A Lei das Contravenções Penais é de 3 de outubro de 1941 e, em seu artigo 42, já determina como irregularidade: “Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios [...] abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos”.

Além disso, nossa cidade possui um Código de Posturas, que, em seu Artigo 51, elenca, entre os ruídos não admitidos, aqueles provenientes de carros de som que estejam circulando, parados ou estacionados na via pública, entre 22 horas e 7 horas.

Agora, o mais importante: como fazer com que essas (e muitas outras) leis antipoluição sonora funcionem?  Basta que cada cidadão, quando e se incomodado, acione o 190 e faça tantas denúncias quantas forem as ocorrências. Aliás, é bom que se diga que a falta de denúncias e BO’s é um dos motivos para reduzir o efetivo da PM na cidade. Além disso, numa cidade pequena como a nossa, se o 190 não funcionar a contento, não vai ser difícil encontrar o Capitão Teixeira na rua e falar diretamente com ele.

Na luta por boas noites de sono, vale tudo: redes de vizinhos integradas por whatsapp, filmagens de infratores com celular, denúncias. Quem cala a sua boca ante uma violência, dorme, literalmente, com um barulho desses!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em www.diarioonline.com.br

quarta-feira, 20 de abril de 2016

NOSSO ETERNO CASARÃO


Por ironia, logo eu que saio semanalmente pelas ruas da terrinha à procura de casarões pra postar pra vocês no Blog, fui surpreendido ao deparar-me com essa bela imagem postada por minha querida irmã Mika em seu Facebook.

Jamais imaginaria que a foto existisse. Foi uma mistura de êxtase e emoção como se estivesse visualizando minha infância em meio a um turbilhão de lembranças. Acho até que pode estar aí meu fascínio inconsciente por casarões.

Assim descreveu minha mana Mika: “Está vendo! Ela era linda. Nesta época você era pequenino. A fábrica de macarrão estava para ser construída, veja a tabuleta na varanda. E o quartinho do presépio? Varanda linda, não é? Lembro-me de brincar muito neste corredor frontal e escorregar na descida da varanda. Era uma casa e tanto. Enorme. Pai fez uma reforma nela logo depois e ela ficou mais linda ainda. Pai comprou em 1956, pois me lembro que você nasceu no largo e que eu fiz meu aniversário de sete anos já aí nesta casa. O quintal dela era imenso, ia até a divisa com a vila Régia. Foi neste terreiro que veio a ser construída posteriormente por meu pai e o saudoso Tio Gaby uma Fábrica de Macarrão. O porão era enorme: outra casa na verdade. Era da mesma altura da parte de cima, mas era de chão batido. Alguns cômodos eram escuros, pois davam frente para a rua, portanto não tinham janelas. Tinha uma entrada para este porão debaixo da varanda, portanto, perceba que a casa apesar de ficar no nível da rua na parte da frente, a traseira era toda abaixo do nível da rua. Esta entrada era em arco, muito linda. Do lado dos fundos tinha porta e janelas. Tudo abaixo do nível da rua. Para irmos ao quintal, descíamos escada, pois era bem abaixo. Quando mudamos para ela, a sala tinha uma barra decorada com parreiras de uva na altura superior da parede, encostando-se ao teto. Esta faixa decorada devia ter uns 50 ou 60 cm. Havia também na sala uma pia de porcelana com florais azulados. Quanto aos quartos, eram oito, uma sala, uma copa e uma cozinha. Havia aí um fogão a lenha e o banheiro possuía duas portas. Este banheiro ficava abaixo do nível do quarto do pai e mãe tendo dentro do quarto deles uma porta que se abria para uma escadinha que levava a este banheiro. Aqueles balaústres, da frente da casa eram todos verdes e as janelas também. Estas janelas eram todas de madeira.”

Da mesma forma, assim tão bem, descreveu minha mana Edna:Que saudades desta querida casa, onde passei meus Anos Dourados! Assim que nela entrei, meus olhos brilharam de felicidade, nela havia tudo que eu sempre sonhara!
Por fora, pés de frutas: eugênia, abiu, manga... mais tarde nosso pai plantou um pé de maracujá que rodeava toda a varanda da frente, chamando a atenção de todos que por ali passavam tal a beleza dos frutos e o perfume das flores. Havia um porão com umas portinhas onde se via escrito no mural: TÚNEL DO AMOR e por ali brincávamos e corríamos dando gostosas gargalhadas.
Recordo de cada cômodo e de tudo que nela vivi com meus pais e irmãos. A varanda era o ponto dos meus encontros com Ângelo (se esta varanda falasse!), nossas juras de amor lá estão gravadas como estão até hoje no meu coração. Esta CASA é um pedaço de minha HISTÓRIA”.
                 
Interessante que, mesmo ainda muita criança, me recordo de tudo isso.                                                        Era um pé de maracujá gigante que meu pai havia plantado quando ganhou a semente de um amigo. Por sinal, ainda hoje consigo lembrar o forte aroma e de suas belas flores. Nele apareceu certa vez um imenso Gambá que teria ficado agarrado no arame de sustentação de suas folhagens. Foi um deus nos acuda.
Na enchente de 1960, o referido porão inundou e tivemos que sair às pressas para casa de nossa vó Pina, que residia ali na Rua Cavalheiro Verardo. O casarão começou a apresentar algumas rachaduras e nosso pai, pressentindo o perigo, após reunir repentinamente toda a família, achou por bem sairmos.  Foi quando uma grande reforma teria sido realizada sendo que um dos procedimentos teria sido o aterramento do porão.

Como bem disse a mana Mika, o casarão ficou ainda mais belo e constantemente recebíamos pessoas apenas pra visitar o assoalho. Mesmo sem o advento dos sintecos, jamais vi outro igual. Os tacos brilhavam como espelho ante os variados mosaicos nas cores preta e marron. De tão liso, fazia dele uma das minhas diversões prediletas, onde brincava de escorregar de costa fazendo tração com as pernas.

De original mesmo restou apenas um pouco da fachada, os tacos do quarto de minha filha, a guarnição de um dos portais no lado do mano Kico, e o corrimão em que gostávamos de escorregar na varanda. Além, é claro, daquelas boas e positivas energias que permaneceram impregnadas em seu interior.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Facebook da Mika Missiaggia

segunda-feira, 18 de abril de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM QUER CONTAR HISTÓRIAS SOBRE ESSA RUA???

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM SABE ALGUM DETALHE SOBRE ESSA CASA???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - os primeiros acertadores foram:

- Angélica Girardi: "casa do amigo Dezinho, Rua Nazareth. Detalhe: tem um jardim em formato violão, feito pelo pai dele, seu Waldomiro barbeiro" (nós já publicamos esse jardim aqui no Blog em http://grupopitomba.blogspot.com.br/2014/12/casos-casas-misterio.html);

- Marcelo Oliveira: "meu grande amigo Valdésio";

- Maninho Sanábio: "casa do Dezinho, rua do Sapo (R. Nazareth). Quando criança, nossa turma ficava toda pendurada nesse muro e na árvore que tinha na frente da casa...". E concluiu: "e essa parte mais escura aí do muro, kkkkk, o cara agarrou a kombi no morrinho que tem aí perto, desceu pra empurrar, mas não tinha ninguém pra dirigí-la, e a kombi foi parar lá na janela do quarto dele kkkk".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE AÍ ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - mais uma vez, o acertador foi o Maninho Sanábio: "o prédio parece o da Multiclínica. Não tenho certeza, mas, se for, parece que a foto foi tirada lá do Botafogo". Como diz o Serjão: "Zatamente!".

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 15 de abril de 2016

SÃO JOÃO E A VIOLÊNCIA


Uma das coisas que mais destacamos aqui no Blog é que o nosso tempo é AGORA.

Portanto, embora seja uma tremenda curtição a lembrança do nosso passado tranquilo e romântico em São João Nepomuceno, SABEMOS que essa história de vida bucólica e pacífica em pequenas cidades vem se tornando, há mais de uma década, em um MITO.

Aquelas práticas de deixar a chave na ignição, a cadeira encostada na porta e de se espantar na ocorrência de um homicídio são fatos que, na realidade, não acontecem mais. Nos jornais locais, vemos cada vez mais relatos que colocam as cidades pequenas entre as mais violentas do país.

Como as mídias gostam de impacto, esse fenômeno não é bem analisado, pois os números absolutos não chamam muito a atenção. Porém, quando se considera, por exemplo, o número de homicídios em relação à população da cidade, percebe-se que a violência tem se tornado uma CALAMIDADE nessas localidades outrora garbosas. Lembrando que garbo é sinônimo de brio, elegância e educação.

Além dos homicídios, multiplicam-se outras violências que as pessoas preferem não reportar às autoridades, mas que não deixam de fazer parte do fenômeno de deterioração da qualidade de vida em cidades do interior: furtos, roubos, desrespeito à lei do silêncio, infrações de trânsito, entre outras.

Sem saber o que fazer, mesmo por não ter enfrentado jamais essa situação incômoda, os cidadãos buscam culpados. Embora a nossa Constituição afirme, em seu Artigo 144, que a segurança pública é um assunto de polícia, é certo que, além dos investimentos nas polícias, a participação direta do governo estadual e municipal é fundamental, tanto na repressão (que é urgente) como também na prevenção ao crime.

Se o município não tem recursos para elaborar um diagnóstico e um plano de segurança pública, ou mesmo para criar uma Secretaria de Segurança Pública, uma coisa que pode ser feita, a baixo custo, é a criação de canais de comunicação (via whatsapp, por exemplo) entre a população e os agentes locais responsáveis pela segurança. Em várias cidades pequenas, existem os Consep’s ou Conselhos Comunitários de Segurança Pública que se reúnem mensalmente para discutir os principais problemas que ameaçam a segurança do seu bairro.

Ao contrário das grandes metrópoles, onde as pessoas se refugiam em condomínios fechados, nas cidades pequenas é importante assegurar que o espaço urbano CONTINUE sendo ocupado pelos olhos atentos dos moradores. É só no convívio de pessoas que se conhecem, como era nos “bons tempos”, que será possível retomar, ainda que através de uma vigilância informal, o famoso GARBO que, com certeza, ainda existe dentro de cada um de nós.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Darlene Braga/Portal SJ Online

quarta-feira, 13 de abril de 2016

RELEMBRANDO NOSSA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL 1972 (FINAL)


Como já vinha dizendo, tudo teria sido muito envolvente. A participação das pessoas foi algo fantástico.

O calor da população irradiava de tal maneira, que a cidade parecia estar se preparando para sediar os jogos olímpicos.

Não havia um lugar, esquinas, colégios, clubes, fábricas, em que o assunto não fosse o mesmo, ou seja, a chegada do grande momento.

Nas semanas que antecediam às primeiras exposições, o local já havia se tornado um imenso canteiro de obras e um verdadeiro ponto de encontros. Pessoas curiosas e felizes acompanhavam cada martelada. Era como se tudo estivesse sendo montado no terreiro da casa de cada um de nós.

Saíamos muitas vezes do colégio e corríamos para lá. Durante o dia, ou mesmo durante a noite, velhos, jovens, crianças, alunos, professores, moradores vizinhos faziam do local uma praça de confraternização. Nada poderia sair errado. Parecia que, inconscientemente, estávamos ali assegurando que tudo aconteceria da melhor forma.

Enquanto isso, aquelas inesquecíveis barracas de sapé começavam a decorar o ambiente que, apesar da insegurança, não deixavam de ser superchiques e aconchegantes. Ali, uma imensa galeria estava sendo construída e diversos estandes seriam usados pelos expositores. 

Também desta edição da Voz de São João, transcrevo trechos do seguinte artigo:
“Os stands ‘boxes’ da Exposição, em estilo tosco, estão instalados no antigo campo do Mangueira com cerca de quinze pavilhões, entre eles um especialmente adaptado para o serviço de bar e baile.

A indústria e comércio ocuparão 48 stands, sendo que muitos interessados, por falta de maior número de vagas, deixaram de se inscrever. Pássaros de várias procedências estarão com seus cantos e gorjeios dando um ambiente alegre ao recinto da Exposição”.

Muitas firmas se fizeram presentes na primeira Exposição, sendo que ainda me recordo bem de algumas: Fábrica de Vassouras Soares, Tipografia e Papelaria Moderna de Rocha & Cia, Cerâmica São Joanense, Confecções Cláudia, Calçados Sylder, Fábrica de Ferraduras Manzo, Marcenaria Brasil, Confecções Marlu, Fábrica de Calçados Dragão, Casa Leite, Serralheria Bertolini, Supergasbrás (Paulo Gomes da Fonseca), Entalhes em Madeira (Paulo Manzo), Máquinas Guarnieri, CCPL e outros. Esta última nos brindava sempre com seus deliciosos leitinhos. Uma fila imensa se formava ao longo do parque para que se conseguisse saborear um desses.

Os estandes eram muito bem organizados, e decorados com bom gosto e entusiasmo. É de fazer inveja a alma deste povo! Todos se uniram para a beleza e o sucesso da primeira Exposição. 

Também alguns estandes nos marcariam mais, como foi o caso de Rocha & Cia. Neste, eram mostradas as cores da vida, no belíssimo televisor Philco instalado no local, enquanto um delicioso café (Santa Cecília) era distribuído a todos aqueles que marcavam presença. Além disso, a Voz de São João se fez presente com sua impressora, onde tivemos o mini-Voz de São João, jornalzinho este que, aos comandos de nossa amiga Luciana Pulier, era distribuído gratuitamente.

A barraquinha do Lions Clube também fez muito sucesso.

Quanta novidade boa envolvida em diversão e alegria! E ainda havia muitos outros expositores: Fábrica de Saltos de Calçados (Glória), Confecção Tapuia, Confecção Dalcymar, Serralheria São José, Fábrica de Ladrilhos Knop, Confecções Ubatã Ltda., Metalúrgica Mont Serrat, Fábrica de Artefatos de Metal, Confecções Silmara, Confecções Singular, Madalena Bastos Ladeira (Flores), Confecções Paraíso do Bebê, Cia. Fábio Bastos.

Quem não se lembra das Maçãs do Amor, Selma - a Mulher Mostro, o touro Piloto do Sr. Ubi e muito mais?

Tudo era muito simples e rústico, mas de incrível bom gosto e criatividade. A matéria-prima empregada, principalmente nos acabamentos, quase sempre era em bambu.

E, por falar em Sr. Ubi, nossa famosa fanfarra, após uma belíssima apresentação pelas ruas da cidade, aonde veio estrear seu lindo macacão azul e branco, subiu desfilando no morro da Matriz, fazendo caracol em fila indiana até a Exposição. E por lá ficávamos. Raro alguém perder um minuto que fosse da festa. Ainda vestidos com o macacão, quase sempre ficávamos até o outro dia. 

Já no ano seguinte, o ginásio, sob a batuta de nosso eterno comandante Beto Vampiro, organizou seu próprio estande. Montamos uma verdadeira sala de aula (carteiras, quadro-negro e tudo mais). Até nosso inesquecível esqueleto Juquinha fez parte da festa. Fizemos tudo com tanto carinho, que até algumas disputas chegaram a acontecer, para que pudéssemos decidir quem iria pernoitar e ter o prazer de ficar de madrugada tomando conta do lugar. 

Naquela primeira expô foram construídos dois recintos para baile, sendo que um desses era o galpão maior onde, aos cuidados de nosso saudoso Deck Henriques, funcionava um grande restaurante. O conjunto Som Livre ali se apresentava sendo que, naquele ano, estaria estreando sua nova aparelhagem.

Na época, Dalminho, Márcio Velasco, Sílvio Heleno e eu fazíamos parte também do conjunto Pop Som (antigo Cobrinhas) que, juntamente com nossa patroa Nely, o guitarrista Antônio, os saudosos Zé e Oberon,
e nosso auxiliar Macú, tocávamos em outro recinto. Mesmo sendo um espaço mais simples, ficava superlotado e divertidíssimo. Por sinal, o tal local, de tão apertado, foi apelidado por nossa madrinha Nely Gonçalves de “ENGOMA CUECA”.
  
Assim também descreveu Bambino, em sua coluna na Voz de São João:
O que impressiona e exalta o nosso contentamento é de como o São-Joanense participa e demonstra sua valiosa boa vontade. Quando convocado para as árduas tarefas de interesse coletivo, como foi na 1ª Exposição; tudo se processou com a infalível prata da casa e o habitual desprendimento, colocando a cidade à disposição do hóspede, que se torna sensível aos interesses da Garbosa, numa manifestação simpática pela causa. ”

Enfim, termino aqui um pequeno histórico daquela que foi nossa primeira Exposição. Torço sinceramente, para que as dificuldades de hoje possam se resolver, permitindo que, no futuro, seja novamente viável essa bela FESTA DO POVO.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

segunda-feira, 11 de abril de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


A ÁGUIA E A LUZ

COMENTÁRIOS SOBRE A RUA GETÚLIO VARGAS -impossível reproduzir todos os comentários sobre aquela que conhecemos como a Rua do Grupo Velho. Reproduzimos os mais emocionados:

Evelise de Castro: "nesta rua fui criada, aí fui uma criança muito feliz, tive meus primeiros e muitos amigos que não dá nem para citar os nomes porque eram realmente muitos, saudades de todos, moram no meu coração. Estudei e trabalhei também na Escola Dona Judite Mendonça, localizada nesta rua. Vizinhos inesquecíveis: Dona Creusa e Sr. Orlando Zampa, Sr. Onofre e Dona Solange, Sr. Fernando e Dona Geny, Dona Nadir Nogueira, Sr. Alceu e Dona Maria do Carmo, Dona Adalgisa, Lise Pingueli, Dona Minervina, Dona Iveta, Sr. Irio, Dona Inês e Sr. Valdir, Dr. Veroaldo e Dona Liete, Dona Nair, Dona Maria Antônia, Celma Faylum, Dona Delmina, Dona Nadir e Sr. Mirim (como pude deixar de citá-los, Rita Mirim, nunca os esqueci!), e tantos outros guardados no coração e na memória. Era uma rua cheia de crianças e brincávamos todos juntos como uma enorme família. Não poderia deixar de falar do meu pai já falecido, João Ennes e minha mãe Yorck que, com sua presença marcante, até hoje mora nesta lina e querida rua. Saudades desse tempo!!!".

Regiane Torres lembrou-se do seu pai, Milton de Jesus, na Câmara dos Vereadores e comentou: "todas as vezes que passo lá, Simone Ferreira Martins, o coração fica apertadinho".

Apesar de todas essas manifestações carinhosas, o Oscar foi mesmo para... Guto Medina, porque, mais do que comentar, ele fez parte da paisagem, pois estava indo , chique como sempre, para o salão da Carminha, e, lógico, foi reconhecido pela galera.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM SABE HISTÓRIAS DESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - ninguém acertou a casa da semana passada. Ela fica na rua Expedicionário Garcia Lopes. É a casa dos Pavanelli, do sr. Rubem da Padaria do Popó, e seus filhos Serginho e Rubinho, uma família musical.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE ?

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Maninho Sanábio chutou e... acertou! Vila Reggi! Logo depois, Acrisio Fernando confirmou o local.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 8 de abril de 2016

FAZENDO INIMIGOS NO FACE


A gente volta e meia demoniza o Facebook, mas o que eu tenho a dizer sobre o assunto é que EU ADORO.

Acho que a ferramenta virtual substitui aquele papo que, antigamente, tínhamos na fila da Congeladora, do Açougue do Celso, da Padaria do Manezin, lembram?

O que faz uma comunidade é um discurso comum, não um pensamento comum, que a gente sabe muito bem que é utopia. O discurso comum não é falar a mesma coisa, mas fazer aquilo que hoje parece impensável: um ouvir o outro!

Dia desses, estando eu numa dessas filas virtuais, comecei a passear pelos meus posts favoritos. Primeiro, vou no Face do Bellini, depois no Marcelo Oliveira. Aí, já energizado pelas belezas de flores e paisagens revigorantes, começo a visitar os “encrencas” iguais a mim.

De início, deparei-me com o comentário de duas amigas queridas que comentavam sobre uma postagem compartilhada pela filha de uma delas, falando sobre um compositor brasileiro que, dizia a matéria, iria embora do Brasil se determinada ocorrência política acontecesse.

Naturalmente indignadas pelo que parecia uma chantagem do compositor, elas expressavam também o seu inconformismo. Fã incondicional do compositor, e movido APENAS pela minha paixão, argumentei educadamente que aquela ameaça deveria ser uma invenção, uma maldade, uma fofoca.

Foi o bastante para que surgissem, de outros amigos da minha amiga, as seguintes frases:
- “Filho da puta. Demorô”
- “Ainda tem MORTADELA que defende”
- “Para puta que pariu, não precisamos de você”.

Independente de terem sido as frases dirigidas ou não a mim, pensei: vou lascar também uma boa lista de palavrões. Mas aí me lembrei que estava no Face dessa moça a quem eu prezo e respeito, e conversando com duas amigas de longa data. Fazer o quê? Retirei a postagem.

No entanto, confesso a vocês que meu coração ficou cheio de ódio. E quero dizer que eu não tenho nenhum problema em odiar. Por outro lado, fiquei triste porque, voltando àquela analogia das antigas filas de São João, pensei que, se naquele tempo os ânimos fossem tão exaltados, e as pessoas te rotulassem por ter uma opinião diferente da delas, viveríamos nos estapeando.

Não sou tão idiota a ponto de achar que isso vai acabar, mas acredito, do fundo do meu coração meio odioso e meio amoroso, que devemos, pelo menos com as pessoas com as quais convivemos (ainda que virtualmente), ser um pouco mais EDUCADOS. Eu já estou começando por mim mesmo.

Crônica: Jorge Marin
Foto: compartilhada no Face da Renée Cruz

quarta-feira, 6 de abril de 2016

RELEMBRANDO NOSSA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL DE 1972 - PARTE 1


Ao acompanhar, com certa tristeza, os noticiários dando conta de que ficaremos mais um ano sem nossa EXPOSIÇÃO, mesmo sem querer entrar no mérito da questão e respeitando os motivos pelos quais teria sido tomada esta decisão, lá fui eu deixar que aquelas boas lembranças começassem a pedir licença e se aflorassem em minha mente.

De imediato, deparei-me com a lembrança da figura de meu saudoso pai. Era uma tarde qualquer entre 1971 e 1972, quando, ao chegar para o almoço, fez o seguinte comentário:
- Acabei de descer com o Gaby lá do antigo campo do Mangueira, onde estão preparando o local para se fazer uma espécie de Exposição em São João. - E assim, todo entusiasmado, ficava a nos contar em detalhes, tudo o que havia visto. Dentre muitas coisas que nos narrou, lembro-me apenas de que estariam construindo vários galpões. Como todo bom adolescente, de momento, pouco me liguei para aqueles fatos. Talvez apenas certa curiosidade. Nada mais.
Jamais poderia imaginar o quanto aquele lugar iria significar para a cidade e quanta coisa boa em minha existência ali iria acontecer. Não só para mim, mas para um “monte” de outras pessoas.

Assim, a cada dia que passava, e se aproximava o tão esperado acontecimento, um entusiasmo contagiante e sem igual já se fazia presente. Não havia distinção, pois todos os setores da sociedade, num espírito fraterno e de cooperação, começavam a encarar o grande desafio. Interessante que, mesmo ainda jovem este fenômeno, me chamou muito à atenção.
O povo, cada vez mais curioso e empolgado, ficava a observar aqueles frenéticos sobes e desces de pessoas e carros no morro da Matriz. Eram empresários da indústria, comércio, escolas, clubes, agropecuaristas e artesãos que, mesmo ainda faltando vários dias para o início da festa, já se faziam presentes. Era um momento muito especial e um motivo de extremo orgulho para todos os sanjoanenses.

Para terem uma ideia, transcrevo um trecho do jornal Voz de São João, datado de 14 de maio de 1972, onde, na oportunidade, a direção do ginásio se dirigia aos alunos da seguinte maneira através da coluna “Colégio São João em... forma”: “Meus caros alunos, inicia-se terça-feira a Exposição Agropecuária e Industrial de São João Nepomuceno. Bela iniciativa do governo municipal sob a ‘batuta’ do nosso Bolote, prefeito municipal, cuja intenção é elevar sempre mais o nome de São João Nepomuceno, a nossa querida Cidade Garbosa. Prestigiem com sua presença, pois vocês são indispensáveis. ”

Ainda na Voz de São João (Especial - Mini) obtive o seguinte comentário: “São João, você está linda! É empolgante ver o entusiasmo de sua gente! Hoje é seu dia. 16 de maio. E aqui estamos, vibrando com você, comemorando os seus 92 aniversários. A banda musical “Santa Cecília” e os alunos do colégio Augusto Glória iniciaram a intensa programação, despertando a cidade com sua bela alvorada. Após o hasteamento da Bandeira Nacional, houve missa celebrada pelo querido vigário PE Vicente Reis, em frente à Prefeitura Municipal. O desfile estava uma “parada”. Grupos Escolares, Ginásio Dr. Augusto Glória e Colégio São João Nepomuceno, como sempre, brilharam pelo garbo e a disciplina. E hoje, parece que maior foi o carinho com que se apresentaram. Um detalhe que emocionou a todos durante o desfile: a apresentação, pela primeira vez, dos alunos do Mobral. Escolas de Samba Esplendor do Morro e Avenida, esta com participação de todos os clubes, desfilaram ontem à noite pela cidade em direção à Exposição. Grande Sucesso!” 

A juventude, num entusiasmo ainda maior, se preparava da mesma forma, para a grande festa. As costureiras já começavam trabalhar a todo vapor, para que assim pudessem dar conta das centenas de encomendas, dentre as quais: blusas, cachecóis, meias e luvas de lã. Interessante ressaltar que este costume veio a se tornar uma constante, principalmente, nas primeiras exposições.

O inverno era marca registrada que, já no início de abril, começava a dar seus primeiros sinais. Era um frio onde, raramente, havia mal tempo. Frente fria chegava para nos trazer frio e não chuva. Um céu totalmente aberto, no qual a linda cor avermelhada de suas tardes vinha compor, com as madrugadas envolvidas em cerração, um cenário perfeito e acolhedor para o tão esperado evento. Algumas noites eram tão frias que, não raramente, subíamos envolvidos em cobertores. Tudo era muito romântico e motivo de alegria.  Lindas jovens, com seus trajes típicos, foram escolhidas para trabalhar na recepção aos visitantes. Foi um tremendo sucesso.

Mas, foi ao longo desses quarenta e quatro anos que muitos e muitos fatos marcantes (e põe fatos nisso) vieram acontecer. Com certeza, não haveria papel suficiente onde pudesse descrever tanta coisa.

Dizem que a primeira vez, ou melhor, as primeiras vezes, ninguém esquece: por isso, vou somente tentando relembrar um pouco daquilo que tive a felicidade e o privilégio de viver principalmente em 1972, nossa primeira exposição. 
(continua)

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Gentileza de Leomarcio Alves                                                                             

segunda-feira, 4 de abril de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM SE LEMBRA DE FATOS E PESSOAS MARCANTES DESSA RUA???

Foto: Serjão Missiaggia


CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM SABE HISTÓRIAS DESSA CASA???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a única a reconhecer a casa foi a Edna Ferrainolo que disse ter morado até os 14 anos naquela rua. Só se esqueceu de dizer o nome da rua: Professor Gabriel Archanjo de Mendonça.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE??? QUEM SABE???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - quem acertou foi o Maninho Sanábio: adro da Igreja do Rosário.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 1 de abril de 2016

MORRE UMA POETISA


Morre uma poetisa
E nada acontece
O mundo anda
O ônibus atrasa
E nenhuma pessoa se toca
Chove uma chuva fina
E floradas no outono
Teimosas se entregam ao vento

A morte da poetisa
Não é evento
Nem cerimônia
Ou efeméride no parlamento
E o corpo da poetisa morta
Se eleva leve
Bolhas de sabão metafórico
Serenos versos

No entanto, nós
Que estudamos para entender
A rima das colmeias
Ou a naturalidade das crianças
Certamente iremos chorar
Com algumas doces e ternas lembranças
Desta estrela em nosso caminho:
Déa forno fogão escrita e sonhos
Sonhos que voltam como ela dizia
E que sonharemos felizes com certeza...

Poesia: Jorge Marin

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL