Discutíamos,
em volta de uma mesa de aniversário, sobre o motivo pelo qual os personagens de
histórias infantis não têm pais: nem Homem-Aranha, nem Harry Potter, nem
Batman, nem Pato Donald, nem Mickey, e nenhuma das princesas que, de quebra,
ainda têm madrastas.
Lembramo-nos
de que, quando os pais estão presentes, como no caso de João e Maria, é para
reconhecer sua incapacidade de criar os filhos e tomar a decisão “humanitária”
de deixá-los a esmo na floresta.
Seja o
que for que pensássemos durante aquela discussão, nossa noção de família ficou
ainda mais detonada depois das notícias sobre a morte do menino Bernardo, na
cidade de Três Passos no Rio Grande do Sul.
Três
Passos é uma cidade pequena, menor até do que São João Nepomuceno, e com o
mesmo número de habitantes. Portanto, todos conheciam o Bernardo, todos
conheciam a história triste do suicídio da mãe dele no consultório do pai, da
forma como ele era deixado do lado de fora da casa, na varanda, até o pai
chegar do trabalho.
Todos
souberam das queixas do menino à promotora da cidade que, por sua vez,
solicitou a transferência da guarda do menino para a avó materna ao juiz da
comarca. E também da decisão do magistrado que resolveu dar uma “chance”, ainda hoje vigente, de
três meses para que o pai melhorasse a relação com o filho.
O resto
a imprensa já noticiou à exaustão. Como somos muito preconceituosos, esse tipo
de crime, num lugar extremamente pobre, nos parece “compreensível”. Mas os
acusados do assassinato atual, além de pessoas de nível universitário, com uma
condição econômico-financeira privilegiada, ainda são profissionais da área das
ciências humanas, especificamente da... saúde.
Diferentemente
das crônicas anteriores, hoje vou dar minha opinião. Acho que os próprios
criminosos já deram a pista, para o nosso Estado leniente e fraco, de como
aplicar a pena para esse tipo de monstruosidade: injeção letal.
Crônica:
Jorge Marin
Deve ter sim injeção letal para crimes como esse. Mas antes disso devem sofrer por muito anos trancados numa solitária a pão duro e água com soda cáustica, só depois leva-los á morte
ResponderExcluirPena de morte era tudo o que precisa para quem tem formação e dinheiro matar o propio filho e o enteado.
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