NA
SEMANA PASSADA, às voltas com o mal atendimento da fabricante de minha frost
free queimada, fiquei com um dilema: o que fazer com os alimentos que estavam
no freezer, já que a peça faltante levaria dez dias (ÚTEIS, me explicaram esta
semana na assistência técnica)?
Felizmente,
nesses momentos de aperto, podemos contar sempre com a família. Bastaram uns três telefonemas que, de
repente, um grupo de parentes solícitos estavam batendo à minha porta,
abnegados e dispostos a consumir toda aquela comida perecível. E o fizeram com todo o entusiasmo e extrema
rapidez...
Tentei
retornar para concluir a postagem, mas os meus filhos me “convocam” para
almoçar numa conhecida loja de fast food.
O menor quer os bonecos de um filme que vêm como brinde de um dos
combos. Para ajudá-lo, resolvo, eu
também, comer um daqueles kits. Pago
normalmente no caixa e, ao solicitar os bonecos, a atendente, sonolenta,
esclarece:
-
Senhor, não tem mais o boneco do Jack, peça ao seu filho para escolher outro.
Tento
argumentar que o tal Jack é o personagem principal do filme, mas ela reafirma
que “não tem”. Aí, resolvo me colocar na
posição de consumidor (pois sou o consumidor!):
- Bom,
se não tem o Jack (embora esteja anunciado na sua vitrine), quero que você
cancele o meu lanche!
Naturalmente ela recusa, alegando que já registrou. E é lógico que, com uma atendente ruim, tenho que ser mais incisivo:
- O
motivo pelo qual eu resolvi comer essa porcaria é, unicamente, o tal
boneco. Se não tem, e já que uma coisa é
vinculada à outra, também não quero mais o lanche!
A coisa
esquenta e o gerente intervém. Quando a
atendente explica, ele faz uma afirmação fantástica:
- Mas está
cheio de jacks lá no estoque. E a
atendente replica:
- É,
mas aqui no balcão não tem nenhum. Eu
pergunto (imaginando que o tal estoque fica a uns dez quilômetros pelo menos):
- E
onde é o estoque?
- É ali
atrás.
É logo
atrás da divisória que separa a cozinha do balcão, cerca de TRÊS OU QUATRO
METROS!!!
Aí,
enquanto comia aquela gororoba, já que apareceram uns trocentos jacks, fiquei
me perguntando: meu Deus, o que leva uma pessoa a sair de casa, ir trabalhar
num lugar que não gosta, atender pessoas que odeia e, o pior de tudo, ainda
achar que está certa?
(continua)
Crônica:
Jorge Marin
Foto:
Paul Austring, disponível em http://www.firstlight.com/laughingmatter-fl-mad-cow-studio-waitress-31515.html
.
Jorge, sabemos que o buraco é mais embaixo... ...
ResponderExcluirOu mais em cima ?
"Deitado eternamente em berço esplêndido"...