NA
SEMANA PASSADA, eu perguntei se poderia existir uma fórmula pela qual a pessoa
que te ATENDE sinta algum tipo de proximidade com você.
Ao
preparar esta segunda postagem, minha esposa me diz que a geladeira (uma frost
free adquirida há cinco meses) queimou.
Felizmente, há uma assistência técnica autorizada na cidade a qual
acionamos em ritmo de urgência: eles marcam para o dia seguinte de manhã.
No dia
seguinte, ao meio-dia, nada do técnico.
Reclamamos na assistência, a atendente diz que “vai estar acionando”
eles, seja lá o que for esse tempo verbal.
Lá
pelas duas da tarde chegam os dois técnicos.
O atendimento é decepcionante. Ao
invés de procurar o defeito, iniciam um questionário tentando buscar um
possível erro na operação da geladeira. Por
fim, explico, meio em tom de brincadeira (mas já meio revoltado) que, se eu
soubesse do que se tratava, nem teria incomodado os dois naquele dia tão
quente. A essa altura, vocês já imaginam
o que aconteceu com tudo o que estava no freezer!
Resolvem,
finalmente, procurar os defeitos, tiram as prateleiras e começam a desparafusar
quando, de repente, param assustados, e um diz:
-
Infelizmente, senhor, tenho uma má notícia: o gabinete de sua geladeira está
vazando! Isso é muito grave.
Respondo
que o gabinete da Dilma também está vazando, e nem por isso o país parou. Ele pergunta: de quem? E eu resumo: em quanto tempo vocês arrumam
isso? Ele prossegue:
- O
senhor não está entendendo (lógico que não estou entendendo, penso, pois não
ensinaram sobre refrigeradores na faculdade), mas o gabinete vazar é o mesmo
que rodar com um carro com o chassi quebrado.
Repito
a pergunta: em quanto tempo vocês arrumam?
E o
outro técnico quase me chama a atenção:
- Estou
vendo que o senhor não entendeu mesmo: primeiro, precisamos pedir à fábrica da
geladeira, que fica lá em Curitiba (repete: lá em Curitiba), para mandar um
novo gabinete, pois, desta aqui só vamos aproveitar o motor e as portas. SE tiver (confesso que esse SE me preocupou),
vai levar uns DEZ DIAS só para o gabinete chegar aqui.
Fico
pensando: será que o gabinete vem de carona?
Quando o primeiro técnico acrescenta:
- Uns
dez dias MAIS OU MENOS, porque, por causa do Natal, pode demorar bem mais! E tem mais: quando chegar, vamos mandar um
técnico trazer aqui e deve levar, só para montar tudo de novo, umas quatro
horas. O senhor providencie uma pessoa
para ficar à nossa disposição.
- Bom,
mas isso SE vier, não é? – pergunto.
E eles
me tranquilizam:
- Ah,
mas fique calmo, senhor, porque DEVE vir sim.
Fiquei
pensando ainda uma coisa que não perguntei com medo de (mais) uma má resposta:
e onde coloco todas aquelas coisas que estavam no freezer?
Mas
confesso que, face ao nível de atendimento prestado, fiquei constrangido, e temeroso, em
perguntar.
Na
próxima semana, DEVO continuar o assunto, MAIS OU MENOS por volta de
quarta-feira...
Crônica:
Jorge Marin
Foto: Kyle O Street, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?q=missing+refrigerator#/d2f097j
Jorge, acredito que se a atual lógica do mercado privilegia a quantidade sobre a qualidade do consumo, as assistências técnicas têm a tendência de serem cada vez mais terceirizadas e genéricas, com pessoas que às vezes nem fizeram algum curso específico sobre determinados modelos ou certas marcas.
ResponderExcluirTalvez seja uma conspiração empresarial internacional liderada pelos asiáticos e assimilada pelos EUA e Europa para que, não conseguindo consertar de forma rápida e eficiente seus produtos, o consumidor prefira comprar novos.
O jeito é estar consumindo o mínimo possível e estar tendo sorte quando comprar algo para não estar ficando dependendo das (des)assistências técnicas.
Sylvio, acho que o grande problema é o produto JÁ VIR com o defeito meio engatilhado. O meu nível de iluminação ainda não dá para eu parar de reclamar; portanto, prefiro consumir e barraquear se for o caso. A propósito, aquela assistência de TV que você me indicou, levou a TV com defeito há 13 dias e até agora nada. Será que o problema é com a casa? Lembra daquela outra TV, a TV Vudu? Acho que o controle ficou por aqui escondido. Vou começar a escrever um roteiro A CASA DO DEFEITO ETERNO. Quem sabe?
ResponderExcluirConfesso que ri, tanto do seu texto quanto da sua resposta acima. Desculpe-me, mas foi inevitável. Parece mentira, uma narração fantasiosa ou um filme de comédia, mas deixo claro que eu acredito.
ResponderExcluirInês.
Inês, acredite, pois é a mais pura verdade! Todos os fatos narrados, embora com uma certa dose de histeria e impaciência, são fatos REAIS. Oh dó!
ExcluirEu acredito Jorge.
ResponderExcluirComo temos sofrido... A gente sofre e sofre com o mal atendimento,com o serviço mal feito e tantas coisinhas mais. Já passou pela experiência de contratar uma pessoa para arrumar , por exemplo, um ventilador de teto ? A pessoa vem, arruma, mas acaba sujando e estragando o teto e a pitura que você acabou de fazer? Então você chama o pedreiro , ele vem e suja mais ainda a pintura ; você volta a chamar o pintor... e por aí vamos.
Estou, até hoje, sem saber:"QUEM VAI ESTAR SOLUCIONANDO" o problema.