sexta-feira, 12 de março de 2010

CAUSOS INACREDITÁVEIS



CRÔNICAS GALINÁCEAS - DE DONALD A MARGARIDA
EPISÓDIO 5 - O RETORNO - CAPÍTULO FINAL
(Roteiro original - Serjão Missiaggia / Adaptação - Jorge Marin)

Na última semana, eu havia acabado de receber uma ligação do Geraldo, dizendo que, naquela noite, iria procurar entre centenas de patos em sua propriedade, para tentar localizar nossa Margarida, ou Donald, sei lá. Na hora do aperto, exceto em filme americano, uma coisa com a qual a gente não preocupa é o sexo.
Eu sabia que não ia conseguir dormir naquela noite. Portanto, para espairecer, e ainda na expectativa de que eles poderiam enfim encontrá-lo, aproveitamos e fomos para o Botafogo.
A esta altura do campeonato, metade da cidade estava à procura do pato.
Teve gente me telefonando, tarde da noite, pra dizer que havia visto um pato, meio suspeito, lá pelas bandas da estrada de Roça Grande.
Enquanto tudo isso ia acontecendo, comecei a observar que Matheus, realmente, dava os primeiros sinais de que, esquecer do Donald seria apenas uma questão de tempo.
Paulinha, que havia ficado em casa, chegou repentinamente ao clube. Um tanto assustada, nos disse meio afônica:
- Pai! Deixaram uma coisa lá no corredor da vó! Tá dentro de um saco e não para de mexer! Faz um barulho esquisito! Para mim, não tem nada a ver com Donald! - afirmava ela, em conclusões precipitadas.
Eu, um tanto eufórico, com aquela possibilidade, comecei a chamar pelo Matheus. Nesta hora, ele jogava bola na quadra.
Antes que ele escutasse, tive a intuição de, primeiro, confirmar do que realmente se tratava... E foi a minha sorte!
Deixando o pessoal no clube, dei um pulinho até em casa. O negócio era verificar a autenticidade do achado.
Chegando, ansiosamente, perto do saco, dei-lhe primeiramente, um pequeno cutucão com o pé.
O barulho do bicho, em nada me agradou. Como poderia Donald ter mudado tanto? E em apenas quatro dias?
Por fim, meio receoso, após colocar a cabeça dele fora do saco, é que pude observar que aquele patão, da cabeça preta, não tinha nada a ver com o nosso Donald.
E lá fui eu, telefonar novamente, para o Geraldo.
-Alô! Geraldo! Tudo bem?! - Antes de qualquer coisa, gostaria, imensamente, de te agradecer. Sei que teve muita boa vontade, mas... Vou te devolver aquele patão! Fiquei muito grato, só que: meu pato não tem cabeça preta! Como poderei fazer para devolvê-lo?!!! – perguntei.
- Entrega ele, novamente, ao pessoal da loja! Amanhã, bem cedinho, passarei e o levarei de volta! – respondeu, um tanto decepcionado.
Neste meio tempo, já não tinha nenhuma dúvida de que Matheus começara a esquecer de Donald e, qualquer vacilo, poderia novamente despertar sua saudade.
Minha preocupação era devolvê-lo o mais rápido possível. Teria que evitar, a qualquer custo, que naquela noite fizesse o mínimo barulho.
Assim, após amarrar a boca do saco, deixei-o pernoitar na casa ao lado, no corredor.
Felizmente, para nossa sorte, tudo transcorreu dentro do previsto.
No outro dia, bem cedinho, antes mesmo que o galo começasse a cantar, já estava eu andando pela rua, carregando aquele bendito saco de farinha. Pessoas que passavam por mim ficavam de olhos arregalados. Não era para menos, pois aquele saco, com uma coisa enorme dentro, não parava de mexer.
Quando chegaram os primeiros funcionários, eu já estava esperando há quase uma hora.
Coincidentemente, foi uma das noites mais frias do ano (aproximadamente, dez graus).
E lá amanhecera eu: sentado no meio fio, com um saco de farinha no colo que, por sinal, não parava de grasnar.
Minha cara, com certeza, era de quem mal dormira naquela noite.
Pedi que o entregassem, novamente, ao Geraldo, agradecessem em nome da família e dessem, de uma vez por todas, um tiro certeiro neste assunto.
Enfim! Em nome da paz!...Pato nunca mais!!!!

PORÉM: o que teria acontecido com Donald, ou Margarida?
Ao longo do tempo, desenvolveram-se diversas teorias patológicas:
- Para alguns, ele(a) foi visto pela última vez, na fazenda do Geraldo, passeando às margens do Rio Novo, com oito patinhos amarelos.
- Para outros, Donald foi recuperado pelo Zezé Raposão (lembram?) que o colocou como cão (pato) de guarda de seu cafofo.
- Outros dizem que, a exemplo do seu antigo dono, Donald se tornou jogador de futebol e assinou contrato com o Milan, mas eu acho que se trata de um outro pato.
- Finalmente, devido à sua ambiguidade sexual, Margarida estaria nadando na piscina do Big Brother Brasil, quando foi eliminada no paredão e assinou contrato para posar, como veio ao mundo, para uma daquelas revistas que vocês conhecem bem (a Globo Rural).

6 comentários:

  1. Penso que essa conversa de dar o pato ta meio estranha. Acho que o coitadinho foi direto pra panela!
    Coma palavra o autor (s). Rsrsrs
    Zeleno

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  2. Nós pais sabemos que educar um filho não é fácil. Com pato então...
    Adorei a historia

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  3. Eu tenho certeza que Donald, digo Margarida foi mesmo é pousar para a revista. Não queria lhe aborrecer, por isto não contei antes, mas eu vi a foto dela na revista. Muito linda , por sinal. Margarida viu a irmã do seu dono desfilando, gostou da idéia e foi procurar seu caminho. Hoje é modelo famosa.
    Quando a vi pela última vez estava, inclusive, dando alguns autógrafos. Mandou até beijos para vocês.
    E como terminamos a estória? Entrou pelo... do pato...e saiu pelo... do pinto, quem quiser que conte cinco.
    Beijos da Mika

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  4. Na verdade, teria sido bem menos trabalhoso, se tivesse levado o bichinho para um passeio na cozinha, com direito somente a ida. Ainda bem que não fiz!!!

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  5. Poder criar um filho tendo ao lado uma criaturinha dessas é “pato”
    Valeu pessoal foi muito legal o caso
    E da-lhe Pytombas

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  6. E como nos apegamos ao Donald!
    Jamais imaginaria que um pato pudesse ser tão dócil e aprender tanta coisa ,mas o nosso PATO acredite, era diferente. Foi o melhor pra ele, mas foi muito triste quando decidimos que teríamos que doá-lo
    Haja coração!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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