quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

OS FILMES QUE EU (NÃO) VI NO CINE BRASIL


AVATAR
(Comentário - Jorge Marin)

Ao assistir Avatar, a primeira impressão que se tem é de estar diante de uma experiência nova. Embora a cópia que vi não estivesse em 3D, percebe-se que nunca antes se foi tão longe em termo de computação gráfica. Aquela preocupação que muita gente teve no final do ano (“e se eu ganhar na Mega-sena da virada?”), não é problema para o diretor James Cameron que gastou, nesta produção, quase quatro vezes o valor do milionário prêmio. O resultado compensou, já que o filme já arrecadou cerca de um bilhão de dólares desde o seu lançamento.
É um filme que está destinado a se transformar num cult, com toda a parafernália que, nos dias atuais, este tipo de filme gera: brinquedos, games, dialetos, novos superstars, indicações ao Oscar e tantos outros.
A estória começa no ano de 2154 e relata uma missão das Forças Armadas americanas a uma lua do tamanho de nosso planeta – chamada de Pandora – em busca de um minério que a Terra precisa com muita urgência. O nome não é por acaso: Pandora, para quem se esqueceu das lições de mitologia grega, é a primeira mulher, criada em nome de Zeus, cuja tradução significa “a que tudo dá” ou “a que possui tudo”.
Outro nome curioso é o do minério do qual a Terra tão desesperadamente necessita – unobtenium. Será que, no futuro, nossa busca desenfreada por bens materiais nos levará ao infinito para buscar, literalmente, aquilo que não se pode obter?
Pandora é um grande ecossistema, formado por uma gigantesca floresta tropical, habitada pelos pacíficos Navis, uma tribo de gigantes esguios, de pele azul e olhos dourados, com cerca de 4 metros de altura. Para interagir com o meio-ambiente, onde a própria atmosfera é hostil aos humanos, são criados os avatares, réplicas dos nativos, criados organicamente, porém controlados mentalmente pelos humanos em câmaras semelhantes àquelas de bronzeamento artificial.
O herói, Jake Sully (Sam Worthington), um recruta paraplégico, é chamado a operar um desses avatares por puro acaso, já que seu irmão gêmeo, treinado para o cargo, morre na viagem a Pandora, o que torna seu avatar compatível apenas com uma pessoa que tiver o DNA semelhante. A missão, a princípio, não oferece nenhum risco já que, se o avatar for destruído, teoricamente nada ocorre com seu operador.
Jake começa sua missão transitando entre o papel de cientista iniciante e informante dos militares, representados pelo violento Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang), que comanda um arsenal digno de uma guerra inter-galática, inexplicável para encarar uma tribo que, apesar da estatura, habita uma árvore gigantesca, e se utiliza de arco e flecha para defesa.
A jornada de Jake é complicada, uma vez que, quando seu avatar dorme, ele acorda dentro da câmara, para cumprir sua verdadeira missão. E a coisa piora ainda mais quando ele é salvo pela princesa Neytiri (Zoe Saldana) e passa a conviver diariamente com os Navis.
Esta tribo, inspirada pelos nativos americanos, tem um comportamento muito semelhante a várias outras já vistas por nós nas sessões da tarde da vida, como no filme Atlantis e tantos outros. Eles conhecem a fundo seu planeta, vivem em harmonia com a natureza e interagem com as demais criaturas viventes, domando alguns animais para carregá-los, inclusive os irascíveis dragões voadores. É lógico que esta também é uma iniciação obrigatória para Jake Sully, e o resultado é uma das cenas mais belas do filme.
Avatar emprega um upgrade, mais um, de efeitos especiais. A computação gráfica se utiliza da chamada “motion capture”, utilizada em filmes como Bewoulf, mas que adquire, neste caso, uma mobilidade e uma leveza nunca vistas. A princesa Neytiri chega até a ser sexy, mesmo com a altura de duas jogadoras chinesas de basquete e sua enorme cauda.
Apesar dos seus 163 minutos de duração, o filme não parece longo, pois, assim como a trama da vegetação, a trama das estórias também é complexa: há um segredo que embala toda a estrutura planetária, com suas formas de vida inverossímeis, e, ainda assim belas, como um curioso cruzamento de dente-de-leão com água-viva.
Há ainda as inevitáveis, mas aqui plenamente justificadas, cenas de ação, quando Jake se junta às tribos para resistir aos violentos avanços dos humanos. Sem esquecer a interpretação sempre convincente de Sigourney Weaver, no papel da Dra. Grace, que procura humanizar a missão humana, mas acaba, também ela, arrastada pelos interesses financeiros e militares.
Uma coisa que fica, depois de assistirmos Avatar é o dilema de Jake, que é o mesmo dilema de cada um de nós, internautas: ao ressurgir num outro ambiente – que, no caso dele, não é totalmente virtual – qual personalidade preferimos adotar, a do recruta aleijado e despreparado ou a do gigante guerreiro amante da filha do rei? Acho que, com a Internet, fomos todos pra Pasárgada, esta “Pandora” criada há tempos por Manoel Bandeira, onde “a vida é uma aventura” e “tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei.”

3 comentários:

  1. Jorge,
    Parabéns pelo comentário! Assim como eu acredito que, a partir de agora, serão muitas as pessoas curiosas em assistir esta ficção. (AVATAR)
    Interessante também a dinâmica de abordagem. O comentário chegou a dar uma nítida sensação de estarmos lendo ou mesmo assistindo o filme. Ficou tão legal que nos deixou um vazio quando terminou.
    Ao futuro e alem!!!

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  2. Os índios também viviam harmonicamente nas américas, até que chegaram os "descobridores" e covardemente os massacraram com armas e doenças, como queriam fazer aos lindos avatares que, independentemente da sua aparencia, nos fazem ver pureza e consciência. São apaixonantes!! Os humanos sempre destruiram...

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  3. Olha, ñ morava ñ época ainda em São João...mas ja ouvi falar muito desse grupo!Tive a oportunidade de conhecer alguns artistas,como Silvio Heleno,Serjão e o nosso amigo eterno Moacir, popular godelo.Foi ele q me relatou alguns fatos ilários desse grupo por exemplo,quando explodiram a bomba q quase parou São João,kkkkk.

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