sexta-feira, 30 de maio de 2014

PARADA PARA A SAÚDE


Desculpem-nos, pessoal, nesta semana fizemos uma parada para a SAÚDE.

Com o meu filho doente, o Blog, que é uma parceria constante, teve que recolher-se também.

E eu, por minha vez, tive que recorrer, muito a contragosto, àquela evoluída medicina. Digo a contragosto, pois quem foi atendido pelo Dr. Nagib, Dr. Írio, Dr. Geraldo e outros, fica muito revoltado ao se deparar com esses novos dotô que andam por aí.

Chegamos com a criança num hospital de renome de Juiz de Fora que, pela suntuosidade dos saguões, parece ter gastado uma boa fortuna em investimentos de arquitetura. A recepção é perfeita: porteiros treinados, atendentes solícitas, enfermeiros atenciosos, mas...

A primeira médica, embora tenhamos chegado às cinco e meia da tarde, deu aquela “esticada” básica para terminar o seu plantão às sete com mais tranquilidade. Com a emergência vazia, ficamos lá, pacientes (é o que nos resta ser) em sofrimento até a chegada da próxima dotôra.

Ela chega logo depois das sete:
- Eu preciso que a criança vá até o meu consultório.
- Ele, por conta de uma miosite viral, não está conseguindo andar – explico.
- Então tragam ele até o consultório – comanda.
Levo meu filho nos braços. Deitado, ele tenta explicar os seus sintomas à médica como sempre faz com o seu (excelente) pediatra. Mas a médica o interrompe bruscamente:
- Deixa a sua mãe explicar!
Tento entregar o resultado da ultrassonografia e a receita do pediatra. Mas ela recusa:
- Não, não quero ver nada disso!

Explicamos que o pediatra pediu que levássemos a criança até o hospital para ficar no soro umas seis horas para se reidratar e a médica é categórica:
- Se vocês não me deixarem interná-lo, vou deixar vocês lá na emergência até as seis da manhã.
Ameaçados, mas preocupados com o filho, concordamos com a internação. Duas horas e meia depois da nossa chegada na “emergência”, colocam meu filho no soro, mas ele sente dor no estômago, a médica prometeu ministrar um analgésico.

Vou cuidar da papelada. Uma hora depois, nada ainda de analgésico, o menino chora, minha esposa cobra do enfermeiro que explica:
- A dotôra achou melhor deixar para aplicar o analgésico quando ele já estiver no quarto.
Minha esposa é educada, mas firme:
- Eu não quero saber o que a doutora acha, eu quero é parar a dor do meu filho, por isso eu o trouxe aqui.

Eles aplicam o analgésico, OITO HORAS depois entramos no quarto, a criança dorme e nos entregam um prospecto do hospital: “este estabelecimento é referência em saúde”.  E o pior é que ainda vamos pagar por tudo isso...

Crônica: Jorge Marin
Foto: montagem faceinhole.com com frame do filme Malévola.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

CERTAS IMAGENS VALEM MAIS QUE MIL PALAVRAS


Num dos finais de semana de 2013, passeando com minha esposa pelas ruas de nossa cidade na tentativa de garimpar algumas imagens para o blog, mal havíamos começado a subir a Rua Capitão Abrahim Camilo Ayupe, quando nos deparamos com essa fascinante imagem.

Temeroso de que a cena pudesse se desfazer de um momento para o outro, procurei mais que depressa, mesmo distante, bater duas ou três fotos. Em seguida, timidamente, fomos nos aproximando, pois minha intenção era poder, quem sabe, trocar algumas breves palavras com aquele que seria o protagonista desta bela paisagem urbana.

Já em frente de sua residência, ainda antes de fazer nossa aproximação final, ficamos olhando admirados, pela parede de vidro, aquela infinidade de trabalhos artesanais espalhados ordeiramente, pelos quatro cantos da sala. Genuínos tesouros em madeira!

Este senhor, ao observar nosso interesse e deslumbramento, de imediato tomou a iniciativa e gentilmente nos convidou a entrar. Dizendo-se feliz com nossa presença e interesse, pediu que ficássemos à vontade para que assim pudéssemos ver de perto seus trabalhos. Diga-se de passagem, VERDADEIRAS OBRAS-PRIMAS, que, mesmo tão perto de nós, sanjoanenses, passam às vezes, ou quase sempre despercebidas.

E desta forma, começou uma inesquecível viagem pelo interior da casa.
Enquanto cada cômodo era por nós visitado e uma nova surpresa nos era revelada, nosso encanto aumentava mais e mais. Sr, Gercy, este jovem nonagenário senhor, enquanto seguia calmamente em nossa frente, apresentando com tamanha simpatia e lucidez cada uma de suas obras, ia ao mesmo tempo, nos presenteando com uma verdadeira aula sobre os segredos da arte na madeira.

Foi uma agradável manhã, respirando experiência e sabedoria, não somente pelos seus fantásticos trabalhos artesanais, mas também por suas poesias, pensamentos, noção de geometria e até mesmo um pouco alquimia. Tudo regado a uma educação esmerada sempre acompanhada de uma invejável e agradável oratória.


Agradeço ao Sr Gercy por ter nos proporcionado um domingo tão especial que ficará para sempre em nossas memórias. 

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 19 de maio de 2014

CASOS CASAS & detalhes




Na aurora da minha cidade
construções sólidas
indicavam contatos extraterrestres.

Sem entender bem daquilo tudo
eu brincava de saber mais
do que sabia.

Sem brincar bem daquilo sábio
eu sabia pouco
do que entendia.

Sem saber bem daquela aurora
eu entendia pouco
muito pouco
dos terrestres
do céu
e dos brinquedos.

Fotos: Serjão Missiaggia
Poesia: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


DE ONDE FOI TIRADA ESSA FOTO ???

Onde é todo mundo sabe: é a nossa Igreja do Rosário. A questão é: onde estava o nosso fotógrafo quando a foto foi batida ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Logicamente, o Fellype Alberto acertou, pois é a rua "dele", e mais a Aline, o Thiago Radd e o Domingos Lanini. Todos acertaram o nome da Rua Dr. Homero Martins de Oliveira, o Escadão do Jujuba.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

MENINO BERNARDO - CONTO DE FADAS MACABRO


Discutíamos, em volta de uma mesa de aniversário, sobre o motivo pelo qual os personagens de histórias infantis não têm pais: nem Homem-Aranha, nem Harry Potter, nem Batman, nem Pato Donald, nem Mickey, e nenhuma das princesas que, de quebra, ainda têm madrastas.

Lembramo-nos de que, quando os pais estão presentes, como no caso de João e Maria, é para reconhecer sua incapacidade de criar os filhos e tomar a decisão “humanitária” de deixá-los a esmo na floresta.

Seja o que for que pensássemos durante aquela discussão, nossa noção de família ficou ainda mais detonada depois das notícias sobre a morte do menino Bernardo, na cidade de Três Passos no Rio Grande do Sul.

Três Passos é uma cidade pequena, menor até do que São João Nepomuceno, e com o mesmo número de habitantes. Portanto, todos conheciam o Bernardo, todos conheciam a história triste do suicídio da mãe dele no consultório do pai, da forma como ele era deixado do lado de fora da casa, na varanda, até o pai chegar do trabalho.

Todos souberam das queixas do menino à promotora da cidade que, por sua vez, solicitou a transferência da guarda do menino para a avó materna ao juiz da comarca. E também da decisão do magistrado que resolveu dar uma “chance”, ainda hoje vigente, de três meses para que o pai melhorasse a relação com o filho.

O resto a imprensa já noticiou à exaustão. Como somos muito preconceituosos, esse tipo de crime, num lugar extremamente pobre, nos parece “compreensível”. Mas os acusados do assassinato atual, além de pessoas de nível universitário, com uma condição econômico-financeira privilegiada, ainda são profissionais da área das ciências humanas, especificamente da... saúde.

Diferentemente das crônicas anteriores, hoje vou dar minha opinião. Acho que os próprios criminosos já deram a pista, para o nosso Estado leniente e fraco, de como aplicar a pena para esse tipo de monstruosidade: injeção letal.

Crônica: Jorge Marin 
Foto: Sweet Charade, disponível em http://www.deviantart.com/art/Lost-in-space-and-time-33621802.  

quarta-feira, 14 de maio de 2014

EXALTAÇÃO A SÃO JOÃO NEPOMUCENO


Entre montanhas, num pedacinho de Minas Gerais
Pulsa o coração de um lindo povo, num lugar de natureza sem igual. 
Vibrante, acolhedor, de infinitos ideais na construção de um mundo novo,
Cidade tão feliz, calma, serena... Jamais adormecida,
Na busca do amanhã, seu calor aquece nossa alma,
Sua paz conquista a nossa vida.

Tão belas suas manhãs, ainda mais belo o seu luar,
Seus rios cachoeiras, suas águas o nosso mar,
Garbosa tão querida, por Deus foi abençoada,
É mãe, é berço, é morada... É amada.                                                

Belas praças, arvoredos, jardins em flores... Construções,
Igrejas, capelas, sinos na colina, a fé que nos ensina a união que nos conduz.
Palco dos sorrisos, atores eternos... Carnavais,
De gente alegre verdadeira que luta,
Na busca incessante pelo pão de cada dia, que sua terra produz.

É o horizonte dos poetas,
O solo fértil em que se faz brotar,
Canções de tantos cantores,
Emoções de tantos amores,
Saudade de quem ao longe está.

São João Nepomuceno...
Tu és passado, presente, futuro,
És o mais puro sentimento de orgulho,
De teus filhos que em teus braços nasceram,
E os que a ti escolheram,
Fazendo de ti um abrigo.

Foto e Poesia: Sérgio R. Missiaggia/1998

segunda-feira, 12 de maio de 2014

CASOS CASAS & detalhes



 





Publicamos hoje o restante das fotos indicadas para Capa do BLOG.

As fotos funcionam aqui como aquela poesia sobre a lua que o Drummond leu certa vez. Segundo ele, o poeta reapresentou a lua tão bem pra ele, que, assim que terminou de ler o poema, correu para o quintal e foi ver a lua, foi conferir.

Vendo essas fotos, confesso que a minha vontade é sair correndo e ficar aí, só admirando, só conferindo a beleza.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Parece que todo mundo conhecia a casa-mistério da semana passada, ali na Pracinha da Matriz. Além da Miriam Rocha (que morou lá) e da Reneé Cruz (que fica ali do ladinho), também acertaram: Eliane Fajardo, Bortolatto, Aline Costa, Thiago Radd Lima, Márcio Velasco, Valéria Nerval, Patrícia Paula e Maria Aparecida Vieira. Vamos ver o desta semana !!!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

FACE & BRUXAS


Quem tem medo aí levante a mão!

Vivemos tempos loucos, dizem. A Besta do Apocalipse, a qualquer momento, desde que não seja na hora do rush, vai descer a Rua do Sarmento e se embrenhar pela Praça Carlos Alves.

Quando estudante na faculdade, eu e meus colegas tínhamos medo da loucura. Não medo de ficarmos loucos, mas o medo insuspeito de encontrá-la em algum paciente e não reconhecê-la a tempo. De que?

Uma professora de História da Psicologia sempre nos dizia que, quando a metáfora se torna real, ali está a loucura. Na época, não entendi bem. Depois, eu fiz a prova, passei, formei-me e acabei esquecendo a frase.

Dezesseis anos depois, alguém posta no Facebook a notícia de que uma determinada mulher seria uma bruxa e que estaria raptando crianças para rituais de magia negra. E, para aplacar o medo dos amigos da página, ainda divulga um retratado falado da feiticeira.

Alguém vê uma senhora caminhando pela praia e, movido pelo medo, confunde a mulher com aquela do retrato falado. É ela, é a bruxa! Imediatamente, a multidão em volta resolve espancar e linchar a mulher que, já morta, ainda tem seu corpo jogado e arrastado pela areia como uma bruxa... de pano.

Mais uma vez, eu não tenho uma opinião formada e nem quero dar lição para ninguém. Mas uma coisa é certa: alguns elementos não podem se juntar. Facebook, medo, loucura e certeza absoluta. Na verdade, seriam apenas três elementos, pois os dois últimos praticamente se equivalem.

Crônica: Jorge Marin
Foto: Dave Morgan, disponível em http://www.flickriver.com/photos/dancetabs/8779474015/

quarta-feira, 7 de maio de 2014

RELEMBRANDO CAUSOS: Meu amigo, o Gambá - FINAL


No outro dia, bem cedinho, mobilizei toda a família e, em mutirão, começamos a fazer uma reforma completa no galinheiro. Após, comprarmos uma infinidade de pregos, telas e madeiras, começamos a trabalhar sem interrupção.

Nossa intenção era que tudo ficasse devidamente protegido, e assim o gambazão não jantasse as galinhas e o garnisé do meu filho. O negócio era fechar tudo. Qualquer buraco que tapávamos era motivo de comemoração.

Foram quase dois dias de intenso trabalho e mais um final de semana dando martelada para tudo que é lado. Colocamos cadeados na portinha do galinheiro e várias armadilhas foram feitas em seu redor pelas crianças. Tudo era válido. Parecia que estávamos esperando um ataque de elefantes, comentavam alguns vizinhos, admirados.


Já haviam se passados três dias e o gambazão não mais aparecera. Na noitinha, quando eu estava dando os últimos retoques no galinheiro, mais uma vez o INACREDITÁVEL aconteceu:

Meio que sem querer, quando olhei bem em cima do poleiro, num caixotinho que ficava bem próximo ao telhado, lá estavam os três, isto é, os quatro, ou seja, as galinhas, o garnisé e o gambá. Dividindo pacificamente aquele espaço, pareciam verdadeiros irmãos curtindo o aconchego de um lar.
   
Naquele momento, me senti com cara de tacho. Um verdadeiro otário, principalmente quando minha filhota vira e diz:
 - Pai!... O senhor, ao invés de proteger o galinheiro, prendeu o gambá lá dentro! 
Eu, ainda com o martelo na mão, e não acreditando no que estava acontecendo, comecei mesmo foi a dar boas risadas.

Enfim, o gambazão tornou-se íntimo e amigo de todos. Entrava e saía do galinheiro quando bem quisesse. Tomou conta do pedaço, mas sempre vigiado pelo olhar desconfiado do pobre e enciumado garnisé.
 

Numa bela tarde, quando ninguém mais esperava, eis que, de repente, partiu telhado a fora, o meu amigo gambazão, deixando saudades, para nunca mais voltar.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 5 de maio de 2014

CASOS CASAS & detalhes



Sabem o que distingue uma cidade turística das demais? É que a cidade turística admira, mostra e valoriza as suas belezas.

Depois que iniciamos a série CASOS CASAS & detalhes, temos recebido inúmeras manifestações de pessoas que não conheciam São João. A opinião é praticamente unânime: "não sabia que sua cidade é assim tão bonita" ou "eu fui lá no carnaval e não percebi que a cidade tem lugares fantásticos".

Exemplo disso é que, quando estávamos escolhendo a nova foto para o cabeçalho do Blog e do Face, mostramos fotos a pessoas que não conheciam São João. Ficaram maravilhadas, alguns até já foram conhecer São João.

Mostramos algumas das fotos selecionadas, classificadas em primeiro, terceiro e quinto lugar. Na próxima semana, mostraremos as outras.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSA CASA AÍ ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Na semana passada, não publicamos o "mistério ???" por causa do aniversário do Blog, mas a casa da semana anterior, na Rua do Buraco, foi reconhecida pelo Diego Silva, Aline, Maninho Sanábio e Sônia Soares.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

EXPLICANDO A DOR


Encontro um colega de trabalho que eu não via há algum tempo. Ele me informa que se submeteu a uma cirurgia de grande porte para a retirada de um câncer. Está abatido, exibe a cicatriz... enorme.

Começamos a discutir aqueles clichês que sempre surgem nesses momentos, principalmente pela mística da doença e, entre as frases, surge uma constatação surpreendente:
- Acho que estou assim porque Deus dá segundo o merecimento de cada um.
Meio questionador e nem um pouco conformista, pergunto:
- Mas por que um cara gente boa como você mereceria um câncer?
- Tenho os meus defeitos – diz ele.
- Então deveríamos ser uns sete bilhões de cancerosos – respondo.

Meu colega pondera um pouco, reflete, está meio abatido. Já me arrependo de ter começado esta discussão, e ele, num lampejo, diz:
- Devo ter feito muitas coisas ruins nas vidas passadas: é o carma.
- E, certamente, muitas coisas boas também – digo, mas não contesto nada, e entendo que é o momento de desejar força, saúde, e assim faço.

Ele se vai. Fico com meus pensamentos. Sempre ouvia, quando criança, as pessoas falando de céu e inferno. Agora meu colega se diz convencido que a origem de sua doença é...  o carma.

Sabem, francamente, o que é que eu acho disso tudo? Nada! Eu não acho nada...

Crônica: Jorge Marin
Foto: Roberto Carlos Pecino Martinez, disponível em https://www.flickr.com/photos/robertopecino/ 

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL