sexta-feira, 21 de agosto de 2009

HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS NAS QUAIS NÓS MESMOS CUSTAMOS A ACREDITAR


O D I S C O V O A D O R - C A P Í T U L O II
(Roteiro original - Serjão Missiaggia / Adaptação - Jorge Marin )

Na semana passada, com bem recordam, encontramos nossos amigos do Pytomba, a bordo da possante Vemaguette do Sílvio Heleno, prestes a concretizar o que poderia ser uma aproximação com um objeto voador não identificado. Com a respiração acelerada, coração disparado e cheios de poeira, os rapazes resolveram, mais uma vez, agir com coragem e encarar o que o destino lhes reservava.
Era como se todos fizessem um pacto de lealdade. Nada foi dito, mas dentro da escuridão, os olhares se procuravam, como para assegurar que, acontecesse o que fosse, aquele era um momento único, que deveria ser vivido intensamente, como todos sempre procuraram viver suas vidas até ali.
Era como se um filme passasse na cabeça de cada um. Viajavam com a imaginação e podiam antever as notícias que, certamente, circulariam em todos os jornais no dia seguinte
Viam claramente, seus retratos estampados nas primeiras páginas dos jornais, mais tarde na capa das revistas O Cruzeiro e Manchete, podiam ler, em letras garrafais: "Primeiro Contato Imediato, documentado e fotografado do Brasil”.
Na verdade, estes pensamentos eram uma tentativa de afugentar o medo e uma forma desesperada de passar o tempo, até que o plano para uma possível aproximação fosse elaborado.
O objeto permanecia imóvel, passivo, parecendo sempre estar observando o carro e seus ocupantes. Foi então resolvido, numa breve reunião (sem unanimidade), dar uma ida até lá em cima e checar, do outro lado do campo, do que realmente se tratava.
Subindo pelo morro dos Marimbondos, procuravam sempre não perder de vista aquelas janelinhas iluminadas e misteriosas, que ficavam a brilhar lá no alto.
Em volta, a escuridão era total pois, naquela época, era tudo bem mais deserto, e o movimento de carros era só uma vez ou outra. Não havia uma única casa no meio do caminho e muito menos uma santa alma, que pudesse descontrair e compartilhar com os garotos aquele momento decisivo.
A Vemaguette mais parecia uma peneira furada, pois, enquanto subia engasgando morro acima, aspirava a poeira, que sufocava e pintava todo mundo de amarelo.
Quando lá chegaram, viram que pouca coisa havia mudado, e que a visão do objeto continuava a mesma.
E desta forma, só na tocaia e observando ao longe, ficaram por um bom tempo. Como se fosse um campo de batalha, de um lado, a expedição do Pytomba, e, na outra extremidade, a coisa.
Foi aí, neste exato momento, que começaram a perceber, não sem um certo incômodo, que, para ver melhor, a única solução seria uma aproximação mais arriscada.
Já não havia conversa entre os rapazes, ninguém àquela altura era contra ou a favor de coisa alguma. O que havia era um sentimento, forte e profundo, de que uma força sobrenatural e irresistível, os conduzia a seguir, mais e mais em frente. E foi o que fizeram.
Sílvio Heleno achou por bem fazer a aproximação de traseira, isto é, de marcha ré. Segundo ele, tratava-se de uma tática evasiva, na qual teriam mais agilidade no caso de uma possível fuga de emergência.
E desta forma o veículo foi acionado: enquanto, passo a passo, faziam a aproximação, a adrenalina de todos ia a mil e os corações batiam descompassadamente.
Após percorrerem mais ou menos uns 50 metros, Sílvio Heleno, ameaçando um pequeno descontrole emocional, não suportou toda aquela tensão, soltou um grito, e pisou fundo no acelerador.
O que ocorreu foi que a Vemaguette descreveu uma inacreditável curva de traseira e virou num ângulo de quase 180 graus, por pouco não caindo barranco abaixo, bem em cima da antiga sede do Tiro de Guerra.
Saíram numa velocidade que só Deus sabe e que, diga-se de passagem, somente foi conseguida porque o carro estava de morro a baixo.
Uma nuvem de poeira, naquele momento, tomou conta de todo o interior do carro. Pareciam envoltos em uma espessa neblina. A cabeleira afro do Zé se destacava ainda mais no escuro, parecendo um turbante amarelo.
Descendo de lá feito um foguete, passaram pelo centro da cidade, sob os olhares curiosos de algumas pessoas que ainda se encontravam na praça. A partir daquele momento, já começavam a deixar a população com a pulga atrás da orelha, pois já deveriam ser umas onze horas da noite e, nessa época, as coisas eram bem diferentes, sendo que, qualquer zunzunzum naquele horário, era motivo para despertar uma baita atenção.
Foi aí que resolveram então... Seguir para a casa de Jesse Marcel, um amigo que estudava Astronomia, seguindo os passos do pai, que igualmente era astrônomo no Rio de Janeiro.
Para lá se dirigiram...
Ao chegar na casa, chamaram pelo amigo, mas tiveram o cuidado de manter o motor da velha Vemaguette ligado.
Ele, de imediato, apareceu na janela. Com o rosto todo branco, por uma pomada para espinhas, mais parecia, ele mesmo, um ET. Pulou rapidamente o murinho da varanda da casa, e, ainda com aquela pomada na cara, entrou direto na Vemaguette.
Saíram, velozes e curiosos, passando novamente na praça, ante o olhar curioso das pessoas que não entendiam o que estava acontecendo.
Próxima parada: trevo!
Não percam, no próximo episódio, a nova aproximação, agora com respaldo científico. Ao infinito, e além...

NOTA: Utilizamos nomes fictícios para as pessoas sérias, honestas e trabalhadoras que nós simplesmente incomodamos, chateamos e trouxemos para esta aventura maluca. Pedimos desculpas pelo incômodo causado na época e, se for vontade de tais pessoas a exposição de seus nomes, basta nos comunicar, que teremos grande prazer e alegria em divulgar. Registramos nosso agradecimento a esses profissionais!

7 comentários:

  1. E a coisa começa a esquentar. E nossa curiosidade também!

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  2. Fico só imaginando esta pobre Vemaguete soltando fumaça e subindo e descendo morro com este monte de maluco dentro. E a cara do pessoal que estava na rua vendo toda esta correria?
    Daria tudo pra ver!
    Paulo Sampa

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  3. Estranhei de fato, a troca de nome de pessoas,
    mas com a explicação , senti-me orgulhosa. Percebi a seriedade com que estão utilizando o blog que feito para divertir, descontrair e relembrar as loucuras do grupo,também é feito com muito respeito.
    Olhem só!... Os Pitombas viraram gente de fato!
    Gente responsável e amadurecida. Coisa boa, muito boa, pois continuam brincalhões, alegres e muito criativos. Parabéns.

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  4. Sempre disse que as histórias do Serjão dariam filmes. Seu estilo peculiar de escrever é ótimo. Um gozador!
    E turma mais animada do que esta nunca houve nem haverá em São João. Viva vocês!
    Beijos da Mika

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  5. Não tem jeito! Sempre que leio, releio ou mesmo quando escuto alguém contar esta historia mais me divirto. Imagino então cada um de vocês que tiveram a felicidade de estar ao vivo e a cores!!!

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  6. Começo achar que esta divertida historia daria pra fazer um seriado de televisão.
    Material humano que não ia faltar!!!rsrsrs
    Claudinho

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  7. Enigmático Mito, nessa altura do campeonato, com tanta poeira, creme para espinhas e aquele cheiro de óleo queimado que a velha vemagette deixava na pele, fora a escuridão; se algum Et se arriscar a dar as caras, vai ser mole pegá-lo, com certeza êle vai desmaiar de susto... Que história mano!!! Muito show...

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BRIGADU, GENTE!

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