sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CAUSOS INACREDITÁVEIS



CRÔNICAS GALINÁCEAS - DE DONALD A MARGARIDA
EPISÓDIO 2 - O RAP(A)TO!
(Roteiro original - Serjão Missiaggia / Adaptação - Jorge Marin)

Na semana passada, como bem recordam, eu estava frente a um dilema: de onde teria vindo aquele ovão azul. Não era de nenhuma galinha. Do galo, nem pensar! Então! De quem seria?!
Bem... Resumindo a história, a partir daquele dia, nosso querido patinho “Donald”, passou a se chamar “Margarida”.
Mas... Nem tudo seriam flores no país dos empenados. E com Donald... Digo... com a Margarida, não poderia ser diferente.
Vivendo num habitat que nada se parecia com meio-ambiente peculiar de um pato, Margarida começava criar sérios problemas.
Com pouca água, o galinheiro começava a ficar num estado lastimável. Até mesmo perigoso pra saúde de todos.
O cheiro era terrível e começava a penetrar dentro de casa.
Moscas e mais moscas tomavam conta do lugar e mal se poderia aproximar do galinheiro.
A pouca água existente se misturava com terra e restos de comida. Tudo começou se transformar num lamaçal, de odor nada agradável.
Ficou de um jeito que teríamos mesmo que optar: Ou Margarida... Ou nós!
Mas... A coisa não seria tão simples assim, e meu grande erro ainda estaria por vir.
Após um rápido julgamento, em que achava simples e correta minha decisão, e na ânsia de me livrar do bichinho, subestimei grosseiramente o que ele representava para os meninos.
Até então cego para os sentimentos, comecei a simular aquilo que seria: “A farsa, de uma falsa fuga de Margarida.”
Primeiramente, combinei com o pessoal de uma loja bem ali na esquina, que por sinal era de animais, que, no outro dia bem cedinho, entregaria para eles um belo pato.
A única coisa que pedi em troca seria que eles o mantivessem escondido na loja. Pelo menos por uns três dias.
Minha intenção era ganhar algum tempo, de forma que eu pudesse analisar, com mais segurança, como ficariam os meninos.
E assim foi feito...
Pesarosamente, ainda de madrugada, entrei no galinheiro e, agarrando-o pelo pescoço, enfiei num saco. Dando uma última olhada, entreguei “a encomenda” mais que depressa, ao pessoal da loja.
Quando os meninos acordaram, já estava eu, ao lado do galinheiro, com aquela história, da falsa fuga de Donald, perdão, de Margarida, na ponta da língua.
Procurei focar que a atitude de Margarida teria a justificativa de haver fugido para encontrar sua verdadeira família.
Esperava assim comover os meninos. A principio, achei mesmo, que havia conseguido.
Passaram-se dois dias e tudo levava a crer que meu plano havia dado certo.
Mas... A coisa não seria bem assim, e tudo começaria se complicar quando, no terceiro dia, bem cedinho, eu estava tratando das galinhas. Matheus, também acordando cedo, aproximou-se do galinheiro e, em prantos, pedia pela volta do pato.
Foi aí que comecei a entender que seu choro poderia ser o desabafo de uma saudade que, há dias, estava sendo reprimida.
A coisa começava a ficar fora de controle e eu, prestes a entrar em pânico, tentava, a qualquer custo, imaginar onde poderia estar Donald.
Naquela altura do campeonato, era bem provável já estar ele, ou ela, na barriga de alguém.
Corri freneticamente até a loja, na esperança de ainda encontrá-lo.
Mas... Qual foi a minha decepção?!
Na noite anterior, haviam dado o Donald para um tal de Zezé Raposão. Sujeito este que morava, na ocasião, perto do aeroporto. E lá se foi meu pato! – Pensei!
A fama desse cara era de tremendo bebedor de cerveja, principalmente após as peladas de domingo. E o que é o pior... Com pato ou cabrito de tira-gosto!
Enquanto isto, minha aflição só ia aumentando. Observava que Matheus não se conformava com a perda.
Eram quase onze da noite, quando fui parar, lá em cima, no bairro Popular, mais precisamente, ao lado do campo de aviação. (A pé).
Tentar encontrar o esconderijo do tal Raposão, já havia se tornado, para min, uma obsessão.
Pergunta daqui, pergunta dali, até que, de tanto procurar, cheguei enfim a uma provável casa. Parecia-me bem suspeita.
Após, inutilmente, bater palmas e a chamar pelo pressuposto algoz, comecei a descer por um corredor escuro. Como se não bastasse, além de um monte de cachorros, latindo sem parar, ameaçando me meter os dentes na canela, fui descendo e tropeçando num monte de buracos.
A cada metro que descia, mais medo eu sentia.
Seguia impulsionado pela esperança de que pudesse, de uma hora para a outra, visualizar um lindo laguinho, onde Donald pudesse estar, alegremente, nadando.
E eis que, de repente, chega uma figura sinistra. Não podendo visualizar, pois estava bem escuro, peguntei, baixinho:
- Raposão, é você?
Não percam, na próxima semana, mais um capítulo desta história complicada, que, como qualquer ave, começou com um ovo, mas evoluiu para uma intriga que envolve pessoas que já cumpriram penas pesadas. Aguardem!

3 comentários:

  1. E "BOTA" SUSPENSE NISSO!
    MUITO LEGAL O CAUSO QUE ESTÁ TAMBEM RECHEADO DE CURIOSIDADE E FATOS DIVERTIDOS.

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  2. Suspense e mais suspense...
    Viu no que dá enganar o Matheus!... Ele é quietinho assim, mas na hora certa sabe gritar...
    E como grita... Não mexam com ele... nem com o pato dele; digo pata.
    Estou vibrando con o desenrolar da narrativa. Muito boa.
    E agora? Encontra ou não encontra o pato; digo pata. Quem diria heim?
    Beijos da Mika

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  3. Já tivemos um patinho parecido com este aqui em casa e também tivemos que passá-lo pra frente. É um bichinho muito dócil mas faz muita sujeira mesmo.
    Mas onde estaria o Donald? Aguardo super curiosa o desfecho dessa historia.

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