sexta-feira, 4 de setembro de 2009

HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS NAS QUAIS NÓS MESMOS CUSTAMOS A ACREDITAR


O D I S C O V O A D O R - Capítulo IV
Roteiro original - Serjão Missiaggia / Adaptação - Jorge Marin

No episódio anterior, não dá para esquecer, encontramos, não mais um bando de rapazes desocupados, mas uma verdadeira expedição científica. Em meio a um aparato de equipamentos aptos a registrar o menor movimento e o mais tênue espectro de luz, todos miravam... a coisa. Imóvel, refletindo o brilho fraco dos faróis da resistente Vemaguette, mas, ao mesmo tempo, catalisando a energia dos ocupantes, absorvendo toda a força vital dos aprendizes de ufologia e, na verdade, como se não estivesse nem aí com toda aquela agitação.
Pode parecer estranho nos dias de hoje como a possibilidade de contato com seres extraterrestres era um evento tão real e tão plausível. Naquela época, os jornais, as revistas, os telejornais estavam recheados com notícias de aliens, com abduções e com quedas de objetos voadores não identificados.
Nos dias de hoje, as notícias sobre alienígenas e visitantes de outros mundos continuam a todo vapor, mas são como que obliteradas pelos grandes escândalos, pelas fusões de megaempresas e pelas perversões contemporâneas. Apesar disso, foi possível ler, nas manchetes de ontem, uma notícia que prova a onipresença dos discos voadores entres nós: “Primeira dama do Japão encontrou alienígenas”. Na matéria, a sra. Miyuki Hatoyama, esposa do futuro premier japonês Yukio Hatoyama, afirma categoricamente, sem nenhum tipo de constrangimento: “Eu acho que minha alma subiu em uma nave espacial de forma triangular e foi para Vênus.” E conclui: “Era um lugar muito bonito e era realmente verde.”
Enquanto isso, de volta ao século XX, não tinha nada de verdade na paisagem desoladora do campo de aviação de São João Nepomuceno. Era tudo o mais absoluto breu. Naquela total escuridão, dentro de um sepulcral silêncio, e entre medos e arrepios, tudo o que se ouvia era o clicar contínuo da máquina fotográfica de Jesse Marcel que, a cada segundo, era disparada freneticamente.
A brisa suave da noite trazia aos rostos inquietos um breve alívio da tensão, mas, a cada metro que avançavam, era como caminhar em direção à cratera de um vulcão, e o medo, consequentemente, aumentava, sempre mais e mais...
Chegou a um ponto em que a taxa de adrenalina estava tão alta que qualquer movimento ou barulho, por mais simples que fosse, seria o suficiente para detonar uma reação em cadeia, que nem mesmo os irmãos alienígenas saberiam contornar. Seria uma reação tão desastrosa e imprevisível que, possivelmente, em questão de segundos, despencaria gente para tudo quanto é lado. O Professor Marcos... coitado!!! Teria que se virar sozinho pois, certamente, ficaria abandonado dentro do carro, a mercê dos possíveis ETS... Ou mesmo do que fosse.
Foi nesta hora que o Silvio Heleno, articulando, intimamente, a possibilidade de uma outra retirada de emergência, pediu que todos entrassem novamente dentro da Vemaguette.
O Velho Marcos definitivamente não gostou nada da idéia. Ficava resmungando, insatisfeito, dizendo que estava muito abafado, e que não caberia tanta gente dentro do carro. Enquanto resmungava, era sumariamente espremido e sufocado, num canto do banco traseiro da Vemaguette.
Após a entrada de todos, Sílvio Heleno, como era de se esperar, afundou o pé no acelerador. Mas, desta vez, para surpresa e desespero geral da tripulação, lançou a nave, digo, o veículo, a toda velocidade, EM DIREÇÃO AO TAL OVNI!
Insanidade! – todos pensaram, mas o Sílvio parecia querer, de uma vez por todas, acabar com aquela angustiante e interminável tortura e ansiedade.
A gritaria foi geral e os olhos de todos, cada vez mais fixos e arregalados, viam, logo à frente, aquele estranho objeto se aproximar cada vez mais.
A Vemaguette começou a cheirar queimado. De tanto peso e velocidade, chegou até a tremer. Um verdadeiro ônibus espacial reentrando na atmosfera terrestre!
Mas... A coisa, aos poucos, ia se revelando...
Faltando uns 20 metros para o final do campo, Sílvio Heleno acelerou ainda mais.
Agora era tudo ou nada!
Uns gritavam... Outros tapavam os olhos... Alguns até cantavam...
Teve gente até se abraçando, só para não chorar.
Faltando ainda uns 10 metros, fizeram uma curva super-perigosa à direita e, passando feito um foguete pelo local, tiveram apenas alguns breves segundos de observação.
Como um Airbus taxiando, a velocidade era tanta que, enquanto iam, já estavam voltando.
O tempo de observação foi o mínimo possível, mas suficiente para começar a revelar o tão esperado mistério.
Alguém cujo nome se perdeu no tempo, mas que vinha sentado no banco traseiro, conseguiu se manifestar em meio àquela confusão, fazendo a mais inesperada das observações:
- HIII, NÃO É POSSÍVEL, MEU DEUS, AQUILO, NA VERDADE...
É o quê? Incrível? Fantástico? Extraordinário? Não percam, na próxima semana, a revelação final. O segredo mais incrível, que jamais algum autor de ficção, por mais visionário que fosse, teria sequer imaginado. Um caso que, por seu ineditismo, não consta nem nos arquivos mais classificados do Exército americano, ou nos anais secretos da NASA. Depois da revelação, a blogosfera não será jamais a mesma! Aguardem...

9 comentários:

  1. A Vemaguete tremendo como se tivesse reentrando na atmosfera foi demais pra mim!
    Esta historia nas mãos de pessoas certas seria coisa de TV! Com ou sem Ets!
    Muiiiiiiiiiiiiito muito divertido!!!

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  2. Estou adorando esta historia do Disco Voador, e se aconteceu realmente da maneira que esta sendo relatado foi muito engraçada.
    Agora! Diga aí meu amigo Silvio Heleno: E se o suposto Ovni tivesse acompanhado a Vemaguete? Com os poucos e exauridos cavalos disponíveis acredito que seria mais viável fugir a pé!
    Vicente

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  3. Vocês estão judiando de nós, pobres seres comuns que nada vimos e nada presenciamos...
    Temos que nos conformar e aguardar...
    E olhe que a minha ansiedade pelo final da história não tem nem sentido, pois como já disse de outras vezes, Serjão sempre contava-me seus casos . E eu ria a cada vez que ele contava como rio agora a cada capítulo que leio.
    Aguardo o final para rir mais um pouco

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  4. Jorge,
    tenho acompanhado os seus escritos e observado o seu estilo literário. É muito bom! Está de parabéns! Você consegue dar vida, beleza e nos induz a experimentarmos os sentimentos humanos.
    Consegue transformar um simples acontecimento num evento de vulto, é claro, não querendo, de forma nenhuma, desmerecer o "texto base". As suas adaptações abusam dos nossos instintos e nos leva a participar da viagem!
    Meus parabéns, de coração e um abração.
    Antônio Carlos

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  5. Gente! Morri de rir!
    Fico só imaginando a cena do pessoal fazendo a aproximação final!
    E se o suposto OVN tivesse se movido naquele momento?
    Acho que até hoje teria gente correndo no meio do mato.
    Paulo

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  6. Corajosos lunáticos!
    Chegaram a pensar que poderiam estar a um passo de serem abduzidos?
    E aí? Quem seria o primeiro?
    Beleza de blog!
    Claudinho

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  7. Serginho.
    Cê tá de sacanagem com a gente.
    Conta logo o que foi que aconteceu porque apesar de estar " nessa viagem com vocês " não tenho a menor idéia do final.
    Abraço.
    Sônia.

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  8. Serginho.
    O capitão " Marvel " já viu a foto que você incluiu no blog ?
    Precisamos entrar em contato com ele...

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  9. Oi o bacana disso eh ki na época, quando si falava de um disco voador, além das autoriadades não assumirem bem os relatos contados por alguém, assim como todo muindo tinha medo, e nessa turma havia tb o medo, mas como, sempre tinha 4,5 ou mais no grupo, aí a coragem surgia um pouco mais,salvando alguns ki tinham i trocar a cueca quando chegavam em casa. Fico aguardando o final. Um abraço a todos. Edalmo Marquiori

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