sexta-feira, 10 de julho de 2009

HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS NAS QUAIS NÓS MESMOS CUSTAMOS A ACREDITAR


A F Á B R I C A - O R E T O R N O
Roteiro Original: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin
NO CAPÍTULO ANTERIOR DE “A FÁBRICA”, como bem recordam, encontramos nossos amigos, do lado de fora, naquela que seria uma noite inesquecível, para uns a noite mais aterradora de suas vidas, e para outros, a mais divertida. E a noite não foi realmente fácil: uns não dormiram de tanto rir, já outros, bem, não dormiram porque não conseguiram mesmo.
No dia seguinte, bem cedo, lá estavam novamente, na fábrica, Nenê e Serjão, na montagem febril de um novo cenário. Esticavam linhas e mais linhas para todos os lados, já antevendo o que seria uma nova aventura.
Mas, de repente, algo inesperado aconteceu: surgindo do nada, e sem que fosse esperado, aparece nada mais nada menos que o Silvio Heleno que, entrando fábrica a dentro, deparou-se, naturalmente, com aquela linharada que cruzava sua cabeça. Estranhamente, ele não disse uma palavra sequer, ficando ali por alguns minutos e retirando-se em seguida.
Foi a vez dos “assustantes” ficarem preocupados. Teria o Sílvio desconfiado de alguma coisa? Talvez sim, talvez não. De qualquer forma, ficaram temerosos que suas identidades secretas fossem reveladas de repente e aí eles é que passariam a pagar mico. Na dúvida, resolveram mudar totalmente a estratégia e, após uma reunião de emergência, chegaram a uma conclusão espantosa: por uma questão de segurança a solução era... contratar um fantasma!
Mas, onde encontrar um fantasma, isto é, uma pessoa disposta a ajudar e que, ao mesmo tempo, preenchesse todos os requisitos de um fantasma de verdade? A princípio, pensaram, teria de ser uma pessoa com grande senso de humor e com total conhecimento do local, principalmente à noite – e no escuro. Depois de muito pensar, chegaram ao consenso de que não haveria pessoa melhor do que o Marcelo, primo do Serjão. Na infância, tinham brincado juntos várias vezes naquela fábrica. O passatempo favorito de ambos era andar no telhado, como gatos, e até de olhos fechados. O convite foi feito e, para alegria geral, ele aceitou de cara, e já no outro dia, bem cedo, estavam os três no telhado, para ensaiar um novo roteiro.
No entanto, nesta segunda aventura, os três amigos estavam um tanto apreensivos: é que o Sílvio Heleno havia convidado mais um participante, seu primo Fernando, que tinha a fama de andar armado. Conta-se que este tinha um curioso hábito: qualquer coisa que pintasse na sua frente, fosse gambá, marreco, galinha, gato, outro gambá, ele não queria nem saber... mandava bala! Este fato faria com que o Marcelo se tornasse, com certeza, um alvo em potencial, pois tudo dependeria do bom humor ou do medo do Fernando, ou de ambas emoções.
Pois foi assim, neste clima de muita tensão, que Serjão, Nenê, Dalminho, Silvio Heleno, Fernando e, já com muito medo, o Marcelo, começaram a segunda jornada. Da mesma forma, que na primeira vez, as coisas iam saindo perfeitamente dentro do previsto e tudo acontecia naturalmente.
Nenê e Serjão ficaram, desta vez, na retaguarda, para conferir se as cobaias estavam mesmo assustadas ou apenas fingindo. E, com grande ansiedade, aguardavam que o Marcelo se manifestasse logo, pois seria a prova definitiva da autenticidade dos fenômenos.
Tudo ia transcorrendo absolutamente como previsto, até que... algo muito inesperado aconteceu. Antes da aparição do Marcelo, outra ocorreu: era a irmã do Serjão que, do nada, e também sem saber de nada, apareceu no alto da escadaria, trajando um velho camisolão branco. Imaginem o que aconteceu quando viram aquele vulto branco lá em cima da escada! Foi um Deus nos acuda! Teve gente querendo até pular a janela e fugir pelos fundos da Casa Leite.
Mas, o pior ainda estaria por vir, pois, quando passaram pelo último salão, um grande estrondo ribombou pegando a todos desprevenidos. A coisa se virou contra a gente, pensou Serjão, enquanto puxava as última linhas e aí parou, apavorado: viu, com horror, o que de fato tinha acontecido. No exato momento da explosão, subiu debaixo do Dalminho uma tremenda labareda de fogo e o pobre magrelo desapareceu, no meio da escuridão e da fumaça, deixando para trás o eco de seus gemidos e apelos de socorro.
Foi inútil tentar localizá-lo com o fraco foco da lanterninha, pois parecia que estavam todos envoltos numa espessa neblina. Apesar do pânico, e do desespero geral, foram seguindo os gemidos até que... caído num canto, com as pernas pra cima, e a calça toda chamuscada de fogo... ele, o Dalminho, caído dentro de um daqueles terríveis buracos do salão, num estado lastimável, de olhos arregalados e totalmente mudo. Sim, era ele, só podia ser mesmo o Dalminho. Juntaram-se todos, retiraram a vítima do buraco, e, enfim, conseguiram chegar, sãos e salvos (isto é, mais ou menos) ao terreiro.
A esta altura, estavam – todos – com os ouvidos zumbindo, fedendo a queimado e, pior, intoxicados pela fumaça. Além de aterrorizados.
O que aconteceu? De alguma forma estranha, a fábrica se vingou daqueles profanadores que usavam suas instalações com propósitos condenáveis? E o Marcelo? Estaria ainda vivo? Ou teria sido vítima de mais uma sacada rápida de Fernando Kid?
Não percam as respostas, destas e outras inquietantes questões, no capítulo derradeiro da saga que mais injeta emoção no universo virtual: a Fábrica, Revolution. A verdade finalmente revelada.

7 comentários:

  1. Esta imagem na foto retrata fielmente a visão que tive logo após a explosão.
    Realmente achei que, a coisa, poderia ter virado contra a gente!
    Ou virou????

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  2. Você está nos deixando loucos...
    Mande logo o quarto capítulo. Está muito divertido.
    Imaginem o Dalminho dentro daquele buraco!
    E olhem que era um buraco de meter medo, mesmo.
    Que necessidade de adrenalina vocês tinham, pitombeiros? Coisa louca...

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  3. Essa fotografia ao lado é da turma dos "Sem Terra" ou dos 'Sem Aparelhagem"???
    Na outra foto o Balé do Patetão chegou até me emocionar...de tanto rir!!!!!
    parabens pessoal
    tá muito legal

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  4. Só agora que fiquei sabendo de onde veio aquele tremendo estrondo pois naquele momento eu estava lá na Vila Reggi. Minha mãe quase deu um troço de tanto susto.

    geraldo

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  5. Serjão, não sei por que motivo você se esqueceu do estrago feito na calça do Dalminho. Não se lembra?
    Ele saiu, coitado, todo rasgado.
    Renezinho ficou até com a consciência um pouco pesada, acho que a calça era nova.

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  6. Fantastica a idéia do Renatinho em tambem, trazer através da musica, boas lembranças do Grupo.
    Valeuuuu

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  7. Recebemos, em 13/07/09, este comentário da Mika: Serjão, com o grito de susto dos meninos e seu também, eu acabei levando um grande susto. Foi grito deles lá em baixo e gritos meu lá em cima. Virou um grito só. Eu havia ido lá em cima pegar umas roupas que eu havia esquecido no varal do terraço e, como a fábrica estava apagada, fui de lanterna na mão.Na gritaria e susto, a lanterna caiu pela escada, rolando. Apesar de você ter levado susto também, foi capaz de perceber, logo depois, que era eu, pois já havia ido lá em cima comigo em outras ocasiões pois eu sempre pegava alguma roupa no varal. Você aproveitou então aquela nova situação e, enquanto os meninos se escondiam, você subiu devagarzinho as escadas e me acalmou, pois eu também estava quase desmaiada de susto. Você me acalmou, contando rapidamente sobre a brincadeira e ainda me pediu ajuda. Pediu que eu descesse devagarazinho as escadas puxando umas correntes e atravessasse o salão, sumindo pelo nosso quintal. Foi aí que se ouviu o estrondo.

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