sexta-feira, 26 de junho de 2009
HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS NAS QUAIS NÓS MESMOS CUSTAMOS A ACREDITAR
A F Á B R I C A - Macarronada Macabra
(Roteiro Original - Sérgio Missiaggia / Adaptação - Jorge Marin)
Quando em 1969, encerraram-se as atividades da fábrica de macarrão, que pertencia à família Missiaggia, empresa que produzia massas seguindo a tradição italiana, ninguém em sã consciência, imaginaria que, naquele lugar, tanta coisa aconteceria três anos depois.
Pois foi exatamente em inícios de 1972, que, no prédio abandonado, alguns componentes do Pytomba viveriam uma grande aventura, talvez a maior de suas vidas.
Na época, por incrível que pareça, e bota incrível nisto, pois o lugar era sinistro demais, alguns elementos do Pytomba tinham o estranho hábito de freqüentar o local quase todas as noites. Chegavam com velas e violões, faziam pequenos ensaios e soltavam sua fértil imaginação que, no dizer dos mais velhos, “era só bobagem”.
O lugar, como se pode deduzir de uma fábrica fechada há anos, só possuía três tipos de coisa: poeira (muita), teias de aranha e escuridão, pois não havia energia elétrica. No entanto, era o local escolhido pelo grupo para acrescentar novos detalhes às canções e estudar novos repertórios.
Por que faziam isto? Ninguém, analisando nos dias de hoje, sabe explicar. O fato é que o hábito continua inexplicável, porque, cientes de suas limitações de coragem, aqueles heróis, na realidade, morriam de medo mesmo!
Mas era justamente neste ambiente empoeirado, silencioso e escuro, que buscavam inspiração, privacidade e principalmente, risos, risos nervosos, risos histéricos, mas muitos risos. E neste misto de medo e pavor, a aventura parecia mais um passeio de trem fantasma, pois, ao entrar pelos corredores escuros, ficavam sempre aguardando que algo acontecesse: um susto? Ou algo mais misterioso?
E assim aconteceu, por noites e noites, até que, passado algum tempo, a coisa foi se tornando monótona e acabou perdendo a graça. Nada de novo acontecia, e até o Dalminho e o Sílvio Heleno, os mais reticentes no momento das visitas àquele mausoléu, já estavam pedindo para ir lá, na maior tranquilidade, se bem que ainda com aquele risinho nervoso na cara.
Foi neste momento que Renezinho e Serjão refletiram e, ao observar o imenso potencial que o lugar oferecia, vislumbraram cenários interessantes, fizeram profundas prospecções e começaram a esboçar um projeto cujo teor e objetivo era: transformar o local numa verdadeira e convincente CASA MAL ASSOMBRADA!!!
Como, graças a Deus, tinham bastante tempo disponível (bons tempos!), fizeram um planejamento minucioso, começaram a arquitetar um plano maquiavélico. Depois de analisar detalhadamente o percurso, observaram que o cenário daria uma imensa riqueza de opções.
Tudo começaria no terreiro da casa do Serjão para, posteriormente, entrar pela porta dos fundos da fábrica. Passariam, em primeiro lugar, pelo cômodo das máquinas, com seus estranhos buracos negros. A seguir, depois de passar diante da escadaria do terraço, atravessariam o corredor central - com três quartos misteriosos - para, finalmente, alcançar o coração do prédio, que seria denominado o “grande salão”, the big hall. Este salão seria o término da primeira etapa, para, posteriormente,, recomeçar a volta até retornar ao terreiro.
Ficou decidido que tudo seria como um grande teatro, onde coisas estranhas e misteriosas aconteceriam, tanto na ida como na volta. Mas, para que tivesse graça, alguma coisa estava faltando. Sim, os personagens, ou ... as cobaias. Mas, quem seriam?
Ainda com a vela nas mãos, os rostos dos dois planejadores se iluminaram, num pacto diabólico, chegando no mesmo instante a uma conclusão: não haveria ninguém melhor do que: Sílvio Heleno e Dalminho. Tá certo, os dois planejadores reconheciam-se medrosos, mas pensavam que os outros dois eram ainda mais medrosos. E isso só o tempo diria.
O próximo passo seria definir qual tecnologia, eficiente e barata, seria usada nas diversas simulações e efeitos especiais. Ficou decidido que seria usada a conhecida linha dez, nas cores correspondentes a cada parede da referida montagem. Uma lanterninha de pilhas fracas seria a única fonte de luz, que ficaria, naturalmente, nas mãos do Serjão e do Renê, para não revelar para os dois não iniciados, os falsos episódios sobrenaturais que iriam se manifestar.
Aos poucos, estava sendo montando o palco e o grande teatro macabro logo iria acontecer. O dia foi cheio de trabalho, esticando linha, pois tudo era muito bem calculado e ensaiado... Nada poderia sair errado... Caso acontecesse algum erro, seriam os dois zelosos amigos que acabariam pagando o mico.
O silêncio dentro do prédio, era aterrador. Qualquer som, por menor que fosse, chamaria logo a atenção, pois a acústica perfeita, o faria ecoar a metros de distância, constituindo-se em mais uma opção de efeito especial, no caso sonoro.
Finalmente, as cobaias foram chamadas. Como dois frangos que vão para o abate, chegaram com o riso nervoso de sempre. Serjão foi o primeiro a falar: disse que haviam escutado alguns comentários de que aquele local teria sido um cemitério no século passado, e que barulhos estranhos costumavam a acontecer lá dentro de forma inexplicável.
A noticia se espalhou como uma bomba. Todos ficaram apreensivos e assustados. Queriam, a qualquer custo, abortar a aventura e, o que é pior, não queriam nem mesmo passar lá perto. Mas, após muita insistência e negociação, apelando até para o instituto da macheza, os dois astutos fabricantes de sustos conseguiram convencer os dois reticentes amigos.
E agora: o que acontecerá? Conseguirão Serjão e Renê fazer os dois colegas de conjunto se assustarem, apesar da coragem dos dois (até que se prove o contrário)? É possível um ser humano ser habilmente conduzido ao medo? Ou tudo irá por água (de macarrão) abaixo?
Não percam, na próxima semana, mais um capítulo misterioso de “A Fábrica”. Vai ser massa!
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Hóóóóóó enigmááááático guruuuuu, rei do macarrão, não nos deixe ansiosos pelo final, conte logo, mestre de todos os sortilégios!!!!
ResponderExcluirJá estou ansioso para sber o final. Ainda teremos que aguardar uma semama?
ResponderExcluirTenham dó!
Muito legal...parabens pela iniciativa
robson
VOCES ERAM MUITO DOIDOS!!!!!MAS POR FAVOR TER QUE ESPERAR UMA SEMANA????? QUE TAL MUDAR PARA MEIA?????ESTOU AGUARDANDO ANSIOSA..MUITO LEGAL
ResponderExcluirSONIA
Querido Serjão,
ResponderExcluirComo sua mana, já sei o final...Há, há há...Mas fique tanqüilo, não conto pra ninguém. Aguardem pessoal! É muito bom.
Eles eram doidos mesmo. Eram?
Mika
Muito legal! Mesmo conhecendo a estória, estou ancioso pela continuidade de sua narração.
ResponderExcluirHélcio Velasco
Papai Silvio Heleno, estou chegando em Sao Joao amanha,ansiosa pelo final da história!!!
ResponderExcluirRaquel Picorone.
Feliz e em muito bom momemto as colocaçoes do Renesinho sobre o episodio da Fabrica.
ResponderExcluirQuanto aos momentos de preparação que antecediam as aventuras faço de suas palavras as minhas "Coisa mesmo de deitar no chão e chorar de tanto rir"
Lembro-me bem quando,ao tentarmos, com bastante sutileza posicionar o tambor no alto da escadaria e acidentalmente ao esbarrar na linha o tamborsão descia disparado em cima da gente. O unico jeito era tentar ficar de lado, espremidos no canto da parede, pois do contrario, teriamos que pular lá de cima.
Muito bom! Muito bom mesmo!!!
E olhe que vem muito mais coisas por aí!!!