domingo, 17 de maio de 2009

A ESTREIA (OU APERTEM OS CINTOS QUE O GUITARRISTA SUMIU!)


A estréia do grupo ocorreu, oficialmente, num famoso “Pega” no Operário em 1972.
“Dar um Pega”: é o mesmo que “dar uma canja”, ou seja uma apresentação inesperada ou improvisada de músicos, isto é, durante um show ou baile, o conjunto que está tocando permite que outro suba ao palco e toque algumas músicas (Pytomba também é cultura).
Naquela noite o baile era no Operários e o conjunto era o N5 (ex-Cobrinhas). A líder do grupo, Nely Gonçalves, num surto psicótico, ou etílico, ou ambos, interrompeu repentinamente o baile, e anunciou para a multidão a chegada de um novo grupo musical à cidade:
- Agora, apresento pra vocês... o grupo... Pytombaaaaaa!!!!!
Silvio Heleno, apavorado, não acreditava no que estava acontecendo, mas subiu rapidamente no palco e, com a mesma rapidez, se escondeu atrás da aparelhagem.
Márcio Velasco gritava como louco, pedindo para que o bravo guitarrista solo mostrasse pelo menos o rosto, pois, caso contrário, ninguém tocaria. Tudo sob risos e aplausos de uma galera de fãs que delirava.
Renesinho, como num passe de mágica, desapareceu do clube, deixando a bananosa estreia para: Sílvio Heleno, Dalminho, Serjão e Márcio.
Dalminho, numa demonstração surpreendente de coragem, dirigiu-se sozinho para frente do palco, pegou a guitarra e começou a regular a altura do pedestal e microfone. A seguir, numa breve olhada para trás, contou o número de elementos para certificar-se de que ninguém mais havia fugido. Avisou que iria dar seu sinal pra começar... E haja Gin Tônica!
A seguir, um momento histórico: ainda teríamos que aguardar alguns minutos, até que Silvio Heleno, mesmo sentado, fosse arrastado, com cadeira e tudo, mais para frente do palco.
Assim, após todos estarem em seus lugares, Dalminho, dando mais uma olhada para trás, chegou junto à bateria e disse:
- É agora ou nunca!!!! Serjão!
A seguir, começou a cantar, com toda empolgação No One To Depend On: “Aint got nobody that I can depend on”... Era o próprio Santana cantando. E a galera delirava, aplaudia e dançava sem parar.
E mais Santana, tudo vindo ao nosso encontro, ou “Everyting’s Coming Our Way”, seguido de Imagine, My Word, Something e, para finalizar, Withou You.
O mais curioso desta noite inesquecível foi a presença maciça, neste baile, de quase todos os músicos da cidade. E o pior: todos sentados próximos ao palco. Possivelmente admirados, talvez pela nossa aparente coragem, mas certamente pela imensa cara-de-pau.
E como diz a letra de Withou You: “yes, I can’t forget this evening, or your face as you were leaving, but I guess that’s just the way the story goes”. Sim, eu não consigo esquecer esta noite, ou sua(nossa) cara(s) na hora em que estava(mos) saindo, mas acho que foi exatamente assim que tudo aconteceu…
(Texto – Serjão Missiaggia / Adaptação – Jorge Marin)

4 comentários:

  1. Que história heim? O bom e velho Serjão, além de grande músico/compositor, grande boleiro, conhecido no meio como: "MITO", revelando mais um de seus talentos: "CONTADOR DE HISTÓTIAS", e com riquezas de detalhes que só êle é capaz. De uma mente tão previlegiada, não era de se esperar outra coisa. Parabéns amigo, Deus te abençoe...

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  2. Essa foto ficou muito maneira, vai aqui uma sugestão: que tal montar um album, provavelmente há fotos interessantes espalhadas pelos ex-inegrantes??? Pensem no caso... Abraço a todos...

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  3. Fiquei feliz em poder reviver atraves dos textos momentos tão bons e felizes...Que saudades!!!!!!

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  4. Olha o pai saradão.

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