quarta-feira, 18 de novembro de 2015

LAMENTO DAS ÁGUAS


Ao deparar-me com esta letra escrita em 2003 para concorrer ao festival da canção de Goianá, confesso ter ficado um tanto assustado e bastante triste pelo seu tom profético.  Mesmo já publicada aqui no blog, achei que seria interessante postá-la novamente.


LAMENTOS DAS ÁGUAS

Amigo que passas em águas escuras,
tão frágil procuras o caminho do mar,
vidas inocentes, tantas mortes prematuras,
de mentes insanas, dementes impuras.

Nas entranhas das pedras um cheiro feroz,
matando você, matará todos nós,
cobiça semeando sede, onde havia rede só existe dor.

Algoz é o que seremos do futuro,
banidos e nulos se o suor nossas mãos não molhar,
filhos da indiferença, cativos do futuro,
do pouco ou quase nada que ainda restar.

É preciso renascer,
respirar alienado da gana universal,
é preciso sobreviver,
libertar a nascente pequenina,
que lá do alto, bem do alto da colina,
irá descer e desaguar águas límpidas e cristalinas,
que nos farão viver.


Letra: Serjão Missiaggia
Foto : disponível em http://www.territorioscuola.com/enhancedwiki/en.php?title=File:Rio_Doce_e_Governador_Valadares_MG.JPG

Um comentário:

  1. Certos escritores têm o dom de pré-ver o futuro.
    Deve ser evolução espiritual ou coisa e tal.

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