sexta-feira, 25 de agosto de 2017

JOGA PEDRA NA PROFESSORA!


A vida de cronista está muito difícil nestes dias atuais. É inevitável que a crônica, que muitos amigos esperam (como, antigamente, tínhamos o hábito de tomar um cafezinho juntos na padaria), tenha que passar pelo Face, para a divulgação do Blog.

E aí começa a dificuldade. De cara, vejo a cena triste do rosto da professora espancada no Paraná. Isto, por si só, já me causa uma tristeza profunda. Não sei se sou apenas eu, mas tenho uma imensa admiração pelas minha ex-professoras. Uma das (poucas) alegrias que tenho no Face é justamente poder reencontrá-las, curtir suas ideias atuais e, o que é mais legal, até divergir das ideias de algumas.

Por isso, tenho comigo que professor é alguém que merece respeito, admiração e gratidão. E olha que já tive professoras extremamente severas!

Não resisto e resolvo fazer um comentário. Quando, para minha surpresa, a postagem, feita por um sujeito que se diz pastor e deputado, afirmar que a professora MERECEU apanhar porque é esquerdista e feminista.

Ora, minha gente, essa história de “merecer apanhar” é uma coisa extremamente perigosa. Às vezes, acho que gente burra e preconceituosa MERECE apanhar. Mas, nem por isso, vou sair por aí apedrejando marias madalenas só porque ela fez o que eu talvez deseje, mas não tenho coragem de fazer.

Sei que, dentro de nós, de cada um de nós, há uma semente de ódio que, uns mais outros menos, é capaz de explodir com uma provocação, mas penso que há um limite que NÃO pode, e NÃO deve, ser ultrapassado. A isto chamo de dimensão sagrada.

Nessa dimensão, que não tem nada a ver com religião, mas com a convivência humana, coloco os professores, assim como os velhos, as crianças, pais e avós, e autoridades. Ontem, numa missa de ação de graças de um curso universitário, ouvi uma formanda reclamar porque “aquele chato do padre” disse que não iria admitir roupas excessivamente decotadas e transparentes. Ora, mesmo quem não reconhece nenhum tipo de autoridade num padre, TEM que saber que, como administrador daquele ambiente, que muitos consideram sagrado, ele pode ditar as regras a serem cumpridas no local. E quem quiser frequentar TEM que segui-las. Mas, que fique claro, ninguém é OBRIGADO a frequentar.

Lendo todos aqueles comentários, de ódio contra a professora, de ódio contra os que têm ódio, de ódio contra os que têm ódio dos que não têm ódio, dou razão à minha mulher, que me diz sempre: “não precisamos de um golpe militar, precisamos é de um golpe de civilidade”. Urgente!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Facebook

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