quarta-feira, 29 de junho de 2016

O QUEIMA DA CASA LEITE


Foi num breve e agradável encontro dias atrás com o amigo e colega dos bons tempos de ginásio, Bastiãozinho Leite, que fiquei pensando nesta baita injustiça de minha parte em não ter feito ainda aqui no Blog uma postagem sobre aquela que teria sido a maior e mais completa casa comercial de São João Nepomuceno. Nossa inesquecível e tradicional Casa Leite.

Digo injustiça, pois praticamente já esmiuçamos toda Rua Coronel José Dutra (Rua do Sarmento) contando um pouco de seu passado e causos pitorescos, indo desde a sinuca do Cida, passando pelos Bares tradicionais e outros estabelecimentos comerciais, até o Rubro Bar.

Interessante que, coincidentemente, esse nosso encontro, além de ter sido justamente em frente ao imóvel onde, por décadas, funcionou a referida casa, foi num momento em que o amigo estaria administrando uma grande melhoria no prédio.

Aí, de imediato, me veio à mente a figura de seu saudoso pai Sebastião Carlos Leite, pessoa esta amiga de minha família e portadora de rara inteligência e de um dinamismo e competência sem igual. Por muitos anos, juntamente com seu pai e fundador José Leite, comandou de forma admirável aquele estabelecimento.

Na realidade, a Casa Leite era, nada mais nada menos, que uma imensa e completa casa comercial dividida em três seções, Perfumaria, Armarinhos e Armazém, sendo que, nesta última, tudo se encontrava. O curioso é que muitas entregas eram feitas em domicílio, e, mesmo que ainda em tempos de uso de antigas carroças, tudo era muito ágil e de extrema competência.

Mas, um fato que muito me marcou enquanto ainda criança era quando minha mãe, ao chegar em casa, comentava que estaria começando o QUEIMA DA CASA LEITE!  Minha cabecinha um tanto ingênua imaginava que uma fogueira, ou mesmo um incêndio, estaria queimando algo no local. Somente mais tarde é que iria entender que o FAMOSO QUEIMA seria, simplesmente, uma grande festa com incríveis promoções, que acontecia frente à referida loja num determinado período do ano em comemoração de sua data de fundação, ou seja, um verdadeiro QUEIMA nos preços.

O estabelecimento, todo ele decorado tanto interno como externamente, ficava, através de seus funcionários, acolhendo a todos com muita alegria, sendo que, devido ao grande número de pessoas, muitas vezes era preciso interditar parcialmente a rua naquele espaço.

Boas lembranças eram aquelas em que, nas primeiras horas do dia, começávamos a escutar uma intensa explosão de fogos anunciando, juntamente com a banda de música, que a tradicional festa, iria começar.

Crônica: Serjão Missiaggia

Foto     : Eduardo Elias Ayupe Tamiozo (cortesia Leomárcio Alves). 

4 comentários:

  1. Boa lembrança Sérgio... Me fez voltar àquela época tão boa... Eu entrava sempre na seção de perfumaria para olhar as novidades. Adorava ir ali com minhas amigas de primário ainda...

    ResponderExcluir
  2. Ótima recordação!!! Muitas saudades daquele tempo!!! Lembro-me muito do Sr Sebatião Carlos, amigo de meu pai João Ennes, e també do Senhor Zé Leit... Tempos idos, que ficaram!!! Evelise

    ResponderExcluir
  3. eu fiz parte desta historia eu estava lá belas recordações !!!


    ResponderExcluir
  4. R.I.P Sebastião Carlos Leite e sua admirável esposa Julita Leite...

    ResponderExcluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL