NA SEMANA PASSADA, mergulhados naquele
paraíso de frutas e sabores, qualquer pai pensaria que, finalmente, ficaríamos
quietos, certo? Errado! Como se a fazenda fosse um gigantesco parque
de diversões, pulávamos de um lado para outro e, sempre que encontrávamos
alguma coisa maravilhosa para curtir (e eram tantas!), a aventura durava mais
ou menos uns quinze a vinte minutos para, em seguida, querermos fazer uma outra
coisa, geralmente num local mais distante, ou mais alto, ou mais perigoso.
Assim, atravessávamos o asfalto, e íamos até o
outro lado da fazenda, onde ficava o chiqueiro. Nesse lugar existiam vários pés de manga. Muito me chamava à atenção as variedades ali
existentes, sendo que a maioria delas eu nunca havia ouvido falar: manga ubá,
sapatinho, querosene, espada, coração e outras. Subíamos em seus galhos e, após
sentarmos em um de seus troncos mais altos, ficávamos tranquilamente saboreando
dezenas delas.
Falando em subir em pé de manga, confesso que,
ao contrário dos demais, a única coisa de que eu não gostava era subir na FAÍSCA.
A primeira, e última vez, que tentei foi um Deus nos acuda. Após conseguir montá-la, fazendo uso de um
velho cupinzeiro, a danadinha saiu em disparada pasto acima, querendo a todo
custo morder meu pé. Alguém já viu isso?
Enfim, pra quem não sabe, Faísca era uma
eguinha mansa, pelo sedoso, de trotar fácil, pouco desconfiada e muito social.
Mas... as fêmeas têm sempre seus caprichos!
Vamos voltar à croniqueta...
Quantas vezes, naquela relaxante rede, que
ficava esticada na varanda, ficávamos olhando o sol se esconder por detrás das montanhas.
Até aí nada demais, se, junto a isso, ainda não pudéssemos, com um simples
esticar de mão, conseguir colher, diretamente da parreira, deliciosas uvas. E
como não lembrar também daquela água cristalina, e quase gelada, que bebíamos
na mina juntamente com o leite ainda quentinho que acabava de sair do ubre da
vaca? E foi justamente aí que fui
descobrir uma certa intolerância a lactose. Comecei a perceber isso quando,
nesses momentos, nenhum colega ficava perto de mim. E outras correrias desesperadas passaram a
acontecer. Mas esta é outra história.
NA SEMANA QUE VEM, o final: o pai na roça,
aventuras de adolescente e uma imagem gravada, em relevo, na memória...
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: acervo Serjão Missiaggia
Esta foto nos traz lindas recordações do dia em que foi comemorado o aniversário de 90 anos de VÓ PINA na FAZENDA e na missa os netos abrilhantando com lindas musicas .
ResponderExcluirDORINHA
Grande Biel lascando um sol+7 na viola
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