quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A FANFARRA DO SÔBI


Foi atendendo ao pedido de alguns amigos e antigos componentes, que resolvemos falar um pouquinho mais sobre essa inesquecível FANFARRA. Por sinal, fui questionado sobre a possibilidade de saber o paradeiro daqueles belos macacões azuis, mas acredito que somente o nosso comandante Beto, ou o amigo Zé Carlos, poderão nos informar.

Saudade boa do COLÉGIO e de uma BATERIA da qual tive a honra de participar por seis anos consecutivos: a famosa Fanfarra do Sôbi! Dificilmente haverá outra igual. Quanto orgulho ao vestir aquele macacão! Hoje, posso dizer em alto e bom som que fiz parte de uma verdadeira BANDA.

E como era difícil adormecer naquela noite de quinze para dezesseis de maio!  Enquanto a ansiedade tomava conta de todos nós, o macacão, superpassadinho e dobrado ao lado da cama, ficava como verdadeiro guardião, nos dando a certeza de que o amanhecer logo viria. Chegamos certa vez até a dormir no colégio, ou melhor, quase dormir, tal era nossa expectativa.

Não menos ansiosos ficávamos, aguardando o momento de poder escutar as famosas ALVORADAS da Banda 16 de Maio, que nos brindava a cada festejo, passando pelas ruas da cidade, ainda antes dos primeiros raios de sol. Era o pontapé inicial daquele que seria um longo e feliz dia.

Nunca havia corrido tanto em minha vida como em 1975! Era o sete de setembro, e eu, juntamente com outros dois atiradores integrantes da bateria do Tiro de Guerra, queríamos desfilar o mais rápido possível para que assim pudéssemos ter tempo suficiente para também poder sair com a fanfarra do ginásio. Difícil missão que consistia em terminar o primeiro desfile e, após guardar os instrumentos na sede do Tiro de Guerra, voltar em disparada por detrás da fábrica, subir a colina da esperança e trocar a farda pelo macacão. Mas, conseguíamos!

Sob a batuta do Beto, levávamos os ensaios muito a sério e, em várias ocasiões, chegávamos a fazê-los até três vezes ao dia, sendo que um deles sempre acontecia no campo do Botafogo.

Ponto alto de cada desfile era nossa famosa passagem pela Rua Coronel José Dutra onde, diante de uma acústica perfeita, aliada à proximidade dos prédios e do calor humano, víamos dobrar a emoção e a potência dos tambores.
Além da qualidade instrumental, não poderíamos deixar de citar o lindo visual e o show à parte que era sempre proporcionado pelas belas meninas, integrantes também da fanfarra.

Inesquecíveis viagens aconteceram naquele período. Uma delas foi nossa ida a Belo Horizonte, onde realizamos uma bela apresentação na esplanada da Assembleia Legislativa.

Depois de cada apresentação, quase sempre nos reuníamos em algum lugar agradável pra fazer uma gostosa batucada. Aí, rolavam aqueles comes e bebes numa descontraída confraternização que durava o resto do dia. E assim, a cada apresentação, com o macacão amanhecíamos e, muitas vezes, com ele adormecíamos.


Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Face do Beto Vampiro, trat. imagem por Jorge Marin

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