sexta-feira, 12 de agosto de 2016

GILBERTO


gilberto era uma daquelas pedras
daqueles grãos de areia
no deserto
era com dificuldade que o encontrávamos
entre tantos
mas sua aspereza
sua recusa em polir-se
é que o destacava de uma forma especial

na parede da vida
ele teimava em ser uma pedra
portuguesa
entre tantas lajotas corretamente assentadas
e justamente sobre aquela pedra torta
um cristo errante viria erigir sua poesia
e sobre aquele bloco incorreto
seriam inseridas as tais linhas tortas
de deus

naquelas linhas
daquela pedra
no meio do caminho dos medíocres
floresceria a poesia
no meio do caminho

bem no meio do caminho

(Homenagem aos sessentanos do meu amigo, compadre, parceiro de poesia e irmão por opção Gilberto Bertolini Fajardo).

Poesia: Jorge Marin
Foto   : Serjão Missiaggia

2 comentários:

  1. Meu grande abraço saudoso ao amigo Gilberto. A vida os anos nos separaram a amizade a poesia continuam vivas.

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  2. Elson, o Giba continua o mesmo. Encontramo-nos e ele não me deixa falar. Falo e ele discorda. Quando aprendo a "última" filosofia que ele ensinou, ele já está em outra corrente. É uma espécie de lambari elétrico.

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BRIGADU, GENTE!

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