quarta-feira, 3 de agosto de 2016

CAUSOS DO PAULINHO JÁ VAI ALI: DISPINGUELANDO...


Então... narrando algumas aventuras pitorescas de nosso lobo solitário das estradas, lembro-me bem quando, ali sentados no murinho do Adil, ele veio me contar da vez em que ia pedalando sossegadamente por uma dessas estradinhas vicinais, quando, de repente, apareceram numa curva dois imensos cachorros da raça fila. “Encasquetados, vieram até babando pro meu lado. Gelei de vez. Fiquei parado que nem estátua! Não passava nem uma ‘agúia’ encerada. Latindo e rosnando, pareciam querer me comer vivo. Doideira é que chegaram do meu lado e só ficaram olhando. Os dois olhando pra um e eu olhando pra dois. Nada se mexia. E assim ficaríamos por quase uma hora até quando apareceu um fazendeiro e os chamou. Passei o maior ‘cangaço’!” - completou ele.

Numa outra vez, vindo de Coronel Pacheco, “descia ‘dispinguelado’ aquele morro do Geo, me distraí ao olhar pra um açude que estava cheio de patinho (adoro esses bichinhos) perdi o controle e, antes de cair no asfalto, cortei a cabeça no guidon. Num sei onde estava com o juízo em ficar apreciando a natureza a quase 100 km por hora!” - concluiu.

“A única viagem que não gostei foi quando resolvi fazer um passeio em Juiz de Fora e caí na asneira de levar comigo três amigos. Próximo a Coronel Pacheco, ao pararmos pra beber água numa bica, um deles escorregou e torceu o tornozelo. Aí já me arrependi. De imediato, pedi que esperassem o ônibus e viessem embora, mas eles não quiseram. Saquei de montão que eles iriam travar ‘bunitin’ a viagem. Mesmo assim, com muito custo, chegamos a Juiz de Fora. Já na volta, comecei a ficar desesperado, pois, além de estarmos andando mais devagar que tartaruga, o papo tava um saco. Parecia que andávamos um quilômetro pra frente e voltávamos dois. Foi aí que, chegando à serra de Bicas, ao encarar aquela enorme descida, pensei: É agora ou nunca. E ‘dispinguelei’ pra ali afora deixando o resto pra trás.”

Ele sempre soube que fui também um aficionado por bicicletas. Sendo assim, pouco tempo atrás, teve a petulância de me convidar pra dar uma chegadinha a Argirita e com direito a voltar por Tarú. Não tive outra reação que não fosse a de dar uma boa risada e perguntar:
- O retorno do féretro será por onde?
E, vendo meu espanto e ainda tentando me convencer continuou:
- Numa boa, Serjão! Parece que é longe, mais é! Se não ficarmos parando muito no caminho, no máximo em quatro horas a gente tá pisando no centro da cidade.
- Ou num hospital! - pensei.

E o danado nem chegou a comentar sobre o tempo que levaríamos na volta (se é que haveria uma). Do calor então, nadinha. E muito menos de cachorros, e ainda na possibilidade de se furar algum pneu etc. Parecia que iríamos e voltaríamos literalmente voando. Se bem que, descendo aquela bela serra de Tarú, talvez fosse esta a sensação que teria. Mesmo assim, fui impiedoso e implacável.
- Fica pra próxima, Paulinho! Hoje tem jogo na TV!

Por sinal, a última vez que me encontrei com o Javali ele estava se preparando para, naquele final de semana, fazer uma de suas relaxantes e solitárias voltinhas pelo circuito Descoberto-Guarani-Rio Novo-Bicas-São João.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

2 comentários:

  1. O ciclismo é uma atividade física que tem a vantagem de aliar a liberdade do andar com uma velocidade acima do correr.
    Causa também menos impacto nas articulações (exceto quando se leva um tombo) e é uma ótima alternativa para deslocamentos a trabalho ou lazer, permitindo cobrir consideráveis distâncias em pouco tempo.
    Outras vantagens são o fato de não pagar impostos anuais (pelo menos por enquanto) para registro e ter um baixo custo de manutenção.
    Tudo de bom!

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  2. Obrigado por comentar, Sylvio. Suas palavras só tornam o Paulinho Javali ainda mais "veiaco" do que ele é.

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BRIGADU, GENTE!

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